De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, as hérnias de disco já atingiam cerca de 5,4 milhões de brasileiros. Caracterizadas por sintomas como dores localizadas no braço, pernas ou costas; fraqueza muscular, espasmos, dormência nas pernas e formigamento, as hérnias de disco ocorrem quando o núcleo gelatinoso dos discos da coluna se deslocam para fora do invólucro exterior.
“Chamamos o meio do disco de núcleo pulposo e anel fibroso exterior, responsável por segurar o núcleo dentro do disco, de anulo. A hérnia é quando o disco rompe e o núcleo vem para fora do disco”, detalha o ortopedista, especialista em medicina regenerativa, Dr. Felipe Carvalho. De acordo com ele, esse deslocamento pode comprimir as raízes e causar dores tanto mecânicas quanto químicas. “O conteúdo do meio do disco, quando extravasado, irrita a raíz e os nervos e pode causar muita dor”, afirma.
Porém, o médico chama atenção para o fato de que “hérnia de disco” é um diagnóstico e se faz necessária uma investigação mais profunda para descobrir se o sintoma do paciente está realmente relacionado ao problema. “O principal tratamento da hérnia de disco é o tratamento sintomático. Então, precisamos identificar o que esse problema está causando ou ainda investigar se aquela dor vem somente da hérnia de disco, ou, se há outra lesão que pode estar associada a ela”, explica o Dr. Felipe Carvalho.
De acordo com ele, é necessário montar um planejamento de reabilitação com três etapas: analgesia, alongamento e reforço muscular. “Não podemos fechar os olhos e nem priorizar outras coisas. Muitas vezes, hérnia de disco comprime um nervo na coluna. Mas, outras vezes não comprime e o paciente tem apenas um diagnóstico de hérnia sem sintoma”, afirma.
Para os pacientes que já têm hérnia e são assintomáticos, o especialista defende um planejamento para prevenir que o problema se agrave. “A hérnia de disco tem três caminhos: ou ela estabiliza, ou aumenta ou diminui. A sua coluna vai tratar você, como você trata ela”.