Uma bomba foi encontrada nesta terça-feira (2) no tanque de gasolina de um carro particular, no momento em que o dono abastecia. O proprietário do veículo, que não quis se identificar, contou que o frentista do posto informou que a gasolina estava vazando. Os dois olharam embaixo do carro e descobriram o detonador.
O caso aconteceu num posto de combustíveis na rodovia BR-101, em Cruz de Rebouças, distrito de Igarassu, no Grande Recife.
A Policia Militar foi acionada logo em seguida. Policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) informaram que, após uma filmagem do objeto, o aparelho foi identificado como sendo um acionador remoto de fogos de artificio, que estava conectado ao tanque de combustível, e ao ser ativado, poderia gerar faísca e ocasionar a explosão do automóvel.
Por causa disso, uma equipe de especialistas antibombas foi acionada para intervir e desativar o artefato. Policiais que atuaram na ocorrência contaram que o artefato foi removido poucas horas depois de encontrado.
“Fizemos uma varredura no veículo e verificamos que havia uma carga de pólvora no artefato. Nossa equipe fez a remoção com sucesso. Não foi preciso detonar a bomba, que vai ser entregue ao Instituto de Criminalística para fazer perícias” afirmou o subtenente Josimario Paiva, do Bope.
Além do dono do carro, a esposa dele também estava no veículo no momento em que a bomba foi encontrada. Elas estavam indo para a casa de um amigo da família para passar o feriado do Dia de Finados.
O dono do veículo, que costuma abastecer sempre no mesmo posto, afirmou que não sabe quando a bomba foi colocada, nem quem é o responsável.
Ele disse, ainda, que o veículo não costuma passar a noite na rua e que, há cerca de dez dias, a última vez em que checou a parte inferior do carro, não havia artefato algum. O vazamento no tanque, segundo ele, foi provocado pela colocação da bomba.
“Esse é um caso extremamente incomum. Nós atuamos com alguma frequência em casos de bombas em caixas eletrônicos de bancos e em presídios, por exemplo, mas esse caso foi incomum. Felizmente a investida deu errado”, afirmou o subtenente Josimário Paiva.
O artefato
Ainda segundo o subtenente, a bomba aparentava ter sido fabricada de forma amadora. Ela era composta por um dispositivo de acionamento remoto, que, ao receber um comando a distância, provocaria uma faísca no compartimento de pólvora, detonando a explosão.
“Depois que o detonador foi desconectado do compartimento de pólvora, pudemos manusear o artefato e removê-lo completamente. Porque é como um fogão, que sem o botijão de gás, não faz fogo. Fizemos uma varredura em outras partes do veículo para identificar possíveis outros objetos”, explicou o subtenente.
O policial afirmou, ainda, que se não fosse o vazamento do tanque de gasolina, as consequências poderiam ter sido muito graves.
“Se ele tivesse visto o vazamento e tivesse fechado os furos, por exemplo, poderia ter passado sei lá quanto tempo com isso no tanque. E foi um risco ainda maior isso ter acontecido em um posto de combustíveis”, declarou.
O g1 entrou em contato com a Polícia Civil para obter informações sobre a investigação. De acordo com a corporação, a ocorrência está em andamento e, por isso, não seria possível repassar detalhes.