28 abril 2020

Coronavírus: Em Pernambuco, mortes por doenças respiratórias aumentam 6.357% durante a pandemia

Crédito: Alex Pazuello/Semcom

Dados do Portal da Transparência dos Cartórios mostram que os Cartórios de Registro Civil brasileiros anotaram um aumento de 1.012% nos números de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) desde o registro do primeiro óbito do novo coronavírus no Brasil em março. 

Entre os estados que mais contabilizaram aumento no número de mortes por SRAG está Pernambuco, com alta de 6.357% no período da pandemia, seguido por Amazonas (4.050%), Rio de Janeiro (2.500%) e Ceará (1.666%). Já o estado de São Paulo, epicentro da pandemia no Brasil, registrou aumento de 866%. 

Os dados fazem parte do painel Covid Registral, serviço lançado ontem pelo Portal da Transparência da Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais).

De acordo com o Centro de Operações de Saúde, também teve um aumento de registros do número de internações por síndrome respiratória aguda. No total existem 70.060 casos confirmados, desse montante, 18,8% testaram positivo para a COVID-19 e tem mais de 27 mil casos em investigação. 

Em entrevista à CNN, o pneumologista Rodrigo Santiago explicou quais os motivos para que uma morte seja considerada por uma sindrome respiratória aguda e não por COVID-19. "Nessa pandemia, como a infecção e contaminação é muito alta, a equipe médica e de limpeza desses serviços de verificação de óbito tem muita chance de se contaminar quando vai fazer a autópsia".

"Por conta disso, tem tido alguma orientações para que, em alguns casos, não seja feita a autópsia e com isso dificulta ainda mais para termos o número de pessoas que morreram pela COVID-19", conclui.

Levantamento revela ainda um aumento do número de mortes por causa indeterminada no Rio de Janeiro desde o início da pandemia 8.533% na comparação com 2019.

Covid Registral

Além das mortes confirmadas ou suspeitas pela covid-19, o painel Covid Registral também contabiliza registros de óbitos por SRAG, pneumonia, septicemia, insuficiência respiratória e causas indeterminadas.

O painel traz uma metodologia própria de contabilização das causas mortis. Seguindo os critérios hierárquicos das regras do Código Internacional de Doenças (CID-10), a plataforma classificar a ordem das causas do falecimento –ao todos são seis– especificando a doença que levou o paciente a óbito.

 
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