Para alertar a população sobre os cuidados com o Zika Vírus que atingiu em cheio o Estado de Pernambuco, o Fundo PositHIVo, vai percorrer, a partir desta segunda-feira (20), cinco cidades de Pernambuco (Recife, Olinda, Goiana, Caruaru e Petrolina) com a Caravana Cultural “Mais Fortes que a Zika”. As entidades chegaram à conclusão de que a sociedade ainda não alertou para o fato de que o vírus, que causa a microcefalia, não é apenas transmitido pelo mosquito aedes aegypti, mas que é, sim, uma doença sexualmente transmissível. Goiana é a primeira cidade a receber o projeto.
“Utilizando a ferramenta do teatro e música, a caravana cultural vai estimular o debate nas comunidades sobre o tema e divulgar o projeto “Saúde Sexual e Reprodutiva no Contexto do Zika Vírus”, diz Harley Henriques, coordenador geral do Fundo PosiHIVo que tem sede em São Paulo e mobilizou recursos para cinco projetos em Pernambuco. O investimento é de R$ 40 mil para cada iniciativa, totalizando R$ 200 mil em recursos para o combate e prevenção da patologia.
Para divulgar a chegada dos projetos nas cidades foi pensada a Caravana Mais Fortes Que a Zika, que levará às comunidades do projeto atrações culturais em torno do palco móvel do Som na Rural, capitaneada pelo agitador cultural Roger de Renor. Em goiana, as ações inciais acontecerão na Praça Frei Caneca, no centro da cidade. Entre as apresentações está o coletivo Violetas da Aurora, grupo teatral conceituado por retratar em suas peças temas de interesse coletivo. A Banda Marcial da cidade e o grupo de caboclinho Mazurca também se apresentam no espaço. Além disso, a caravana ainda vai contar com a D. Camisilda, personagem que trata da promoção do preservativo feminino.
Todos os projetos terão duração oito meses. Incluem ações de formação de multiplicadores, de incidência política junto a gestores públicos e, também, de arte educação para levar às escolas e espaços públicos, orientações de forma lúdica sobre a realidade da zika, numa perspectiva de direitos sexuais e reprodutivas. “Nós pretendemos usar o espaço aberto das praças para aglutinar as comunidades em torno dos projetos. Queremos promover informação sobre prevenção do zika, o empoderamento feminino e o cuidado com a saúde”, completou Harley.
As outras quatros cidades irão receber a caravana nos 26 de novembro, em Caruaru, 2, 14 e 17 em Olinda, Petrolina e Recife, respectivamente.
Serviço:
Caravana Cultural - Goiana
Com Som na Rural, Violetas da Aurora, Banda Marcial e grupo Mazurca
Quando: Segunda, 20 de Novembro, às 18h30
Onde: Praça Frei Caneca, Goiana, Centro.
Sobre o projeto na cidade
Grupo Curumim – “Saúde, direitos sexuais e reprodutivos: novas e velhas demandas em tempos da epidemia do vírus Zika”.
Conhecida por ser uma organização feminista, antirracista e apartidária, o Grupo Curumim Gestação e Parto, irá desenvolver projetos no âmbito da saúde e dos direitos sexuais reprodutivos com ênfase no Zika, nas cidades de Goiana e Petrolina, que foram algumas das mais afetadas com a epidemia do Zika, seja pelo alto índice de doenças ou pelo crescimento nas notificações.
O trabalho será desenvolvido com meninas adolescentes da rede pública de ensino, através de conversas e discussões sobre essa nova Doença Sexualmente Transmissível. Um concurso de redação está sendo desenvolvido nas duas cidades. O tema traz à tona uma realidade ainda mais presente na sociedade, o Zika Vírus.
Durante o projeto, a ONG terá o apoio de profissionais de saúde e de educação, para juntos atingirem uma formação técnica e política sobre o tema. A instituição também vai atuar com a formação sociopolítica de mulheres pescadoras, trabalhadoras rurais e a população LGBT das duas cidades. “Boa parte da cidade de Goiana, por exemplo, não tem saneamento básico e essas mulheres vivem expostas à maré, que está, hoje, completamente insalubre. Então, vamos trabalhar com essas mulheres que têm sofrido bastante com a epidemia, e, com as trabalhadoras rurais de Petrolina, que também vivem expostas ao risco”, comentou a Coordenadora do Grupo Curumim, Sueli Valongueiro.
A ideia da ONG é atingir principalmente o público de mulheres adolescentes jovens, negras e pobres. Segundo a coordenadora da ONG, o objetivo é atingir cerca de 30 mil pessoas indiretamente com o projeto. “A gente que contribuir para que tenham condições de tomar decisões seguras e conscientes a partir da informação”, complementou.