Edvaldo participava de um protesto contra a insegurança, na rodovia PE-75, Itambé, quando foi alvejado por um disparo efetuado por um policial
Edvaldo Alves da Silva, 23 anos, é o nome da última vítima da onda de violência que inquieta o município de Itambé, 92 quilômetros do Recife, e municípios vizinhos, na Zona da Mata Norte, que têm sofrido com frequentes assaltos, especialmente a ônibus que transportam estudantes. Edvaldo participava, na tarde desta sexta-feira (17), de um protesto contra a insegurança, na rodovia PE-075, quando foi alvejado por um disparo efetuado após um PM fazer menção a quem levaria um tiro primeiro. Alvejado, sangrando, acabou sendo arrastado por PMs, sendo agredido e jogado na caçamba de uma viatura e depois socorrido para o Hospital Miguel Arraes, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.
As cenas foram gravadas num vídeo e disponibilizados pela Internet, com um áudio em que moradores do município gritavam contra a ação da PMPE num protesto pelo qual clamavam por policiamento e segurança contra assaltantes. Estudantes e outros moradores da área queimaram pneus e pedaços de madeira, interditando a PE-75 entre os municípios de Itambé e Goiana. PMs tentavam liberar a rodovia, sem sucesso, quando ocorreu o incidente.
Através de nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) informou que “determinou abertura de inquérito policial e procedimento administrativo para apurar a ocorrência registrada na tarde de ontem, no distrito de Caricé, município de Itambé, na Mata Norte, envolvendo policiais militares e manifestantes”. Ainda segundo a SDS, “a delegacia local está acompanhando o caso, assim como a Corregedoria da SDS instaurou procedimento disciplinar com o objetivo de investigar a conduta dos policiais”. “Edivaldo Alves, que ficou ferido após um disparo, foi socorrido pelos policiais para o Hospital Miguel Arraes, onde está sendo assistido pela equipe médica da unidade”, registrou a nota.
Temendo mais violência, a maioria dos moradores da área que procuram a imprensa pedem para não serem identificados ao relatarem casos frequentes de violência, mortes e roubos que associam à falta de policiamento. A imprensa de Recife e do interior registrou queixas de familiares preocupados com estudantes que têm corrido risco para frequentar cursos em municípios vizinhos e até na Paraíba. O protesto da manhã de ontem foi motivado por mais um desses casos.
Na manhã da quinta-feira (16), um grupo de 50 alunos da Escola Arruda Câmara que viajavam em dois ônibus do Distrito de Caricé, na Zona Rural, para o Centro de Itambé foram assaltados por quatro homens. Por cerca de vinte minutos ficaram sob a mira de revólveres e ameaças e três alunos foram agredidos na cabeça com coronhadas por um dos bandidos.Teria sido o terceiro assalto ocorrido a ônibus escolar desde que o ano letivo teve início em fevereiro passado. Mas há informações de assaltos a ônibus que transportam estudantes entre municípios da área e até mesmo para a Paraíba.
Segundo a professora Eliana Guedes, a situação está se complicando cada vez mais. “A gente não sabe mais a quem recorrer. Aqui só tem três policiais militares para cuidar da segurança”, disse. Ainda segundo ela, foi solicitado reforço policial a 3ª Companhia Independente de Goiana, responsável pelo policiamento ostensivo da área de Itambé, mas sem resposta. “O subcomandante do batalhão nos informou que lá só existem duas viaturas velhas. Enquanto isso, os ladrões estão tomando conta da região”, lamentou.
Segundo a professora Eliana Guedes, a situação está se complicando cada vez mais. “A gente não sabe mais a quem recorrer. Aqui só tem três policiais militares para cuidar da segurança”, disse. Ainda segundo ela, foi solicitado reforço policial a 3ª Companhia Independente de Goiana, responsável pelo policiamento ostensivo da área de Itambé, mas sem resposta. “O subcomandante do batalhão nos informou que lá só existem duas viaturas velhas. Enquanto isso, os ladrões estão tomando conta da região”, lamentou.