Os deputados Teresa Leitão (PT) e Edilson Silva (PSOL) cobraram, nesta segunda (20), providências para a investigação e punição do policial militar que atirou, na última sexta (17), em um jovem que participava de uma manifestação contra a violência em Itambé, na Mata Norte. Durante a Reunião Plenária, eles também defenderam uma ação mais firme do Estado na assistência à vítima e a seus familiares, e para que se evitem situações como esta. Edvaldo da Silva foi atingido na coxa por uma bala de borracha, disparada a curta distância, quando acompanhava um grupo que protestava na PE-75. O estudante está internado em estado grave na UTI do Hospital Miguel Arraes, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife.
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Teresa Leitão registrou que o ato de protesto era pacífico, com objetivo de denunciar o aumento da violência, e pediu ações efetivas do Estado para enfrentar a situação. A parlamentar ressaltou a presença do crime organizado na região, que faz divisa com a Paraíba, recordando o assassinato, em 2009, do advogado e vice-presidente do PT, Manoel Mattos, que atuava contra grupos de extermínio. “Durante o protesto, o policial, em vez de dialogar e tentar organizar o ato, agiu com ameaças. A situação mostra a falta de controle do Estado na preservação da vida dos cidadãos. Foi de uma brutalidade que beira a barbárie”, discursou.
A deputada disse ter entrado em contato com a família da vítima e a Secretaria de Defesa Social. “O caso não pode se resumir às ‘notinhas’ que a Secretaria de Defesa Social divulgou. É preciso que se proceda uma rigorosa investigação e se expulse essa pessoa dos quadros da Polícia Militar. Esse policial não tem condição e equilíbrio para integrar a corporação”, apontou.
Presidente da Comissão de Cidadania, Edilson Silva relatou ter ido a Itambé e ao hospital onde o jovem está internado para obter informações. Ele disse que a situação de insegurança na cidade da Mata Norte motivou o toque de recolher e o fechamento de escolas. “O município está sem policiamento, sem promotor, juiz, delegacia. Tudo funciona de forma absolutamente precária. Em estado de desespero, a população quis chamar a atenção das autoridades”, criticou.
De acordo com o deputado, o capitão presente na ação policial deu a ordem para que o soldado desse o tiro, e este o fez a uma distância de menos de dois metros. “Ele, em poucos segundos, foi ao chão sangrando muito. E, mesmo nessa situação, o soldado com arma em punho o arrastou como se fosse um saco de lixo, e ainda agrediu o rosto do rapaz, que foi arremessado em cima da carroceria de uma viatura”, pontuou.
O parlamentar narrou que não foi autorizado, pelo hospital, a receber informações sobre o estado clínico do paciente, que poderiam instruir a atuação da Comissão de Cidadania. Também afirmou que a família foi impedida de registrar a ocorrência em uma delegacia e que, nesta segunda, em uma nova manifestação, policiais fortemente armados filmaram os manifestantes e buscaram intimidar a população. “Esse caso não pode ficar impune ou ser colocado como algo da rotina da nossa Polícia Militar. É lamentável que o Governo do Estado ainda não tenha tratado a questão com a seriedade que precisa”, manifestou.
Em aparte, Antônio Moraes (PSDB) ressaltou que, ainda que se tenha usado bala de borracha, o disparo não poderia ter sido feito a menos de sete metros de distância. “Os policiais não estavam preparados para fazer aquele tipo de abordagem. Uma bala de borracha atirada de perto é como outra bala qualquer. Mas tenho a convicção de que o comando da Polícia Militar e a Secretaria de Defesa Social vão tomar as providências para apurar os fatos”, disse.
Alepe