08 janeiro 2017

Brasil: Por que a criminalidade avança?

Por: Aurílio Nascimento, Comissário de Polícia

Imagine o caro leitor que irá participar de um jogo de futebol, porém as regras não valem para o time adversário. Seu adversário pode fazer gol com as mãos. O goleiro adversário pode pegar a bola com as mãos em qualquer parte do campo. Todo o time adversário, mesmo cometendo faltas, não sofre grandes penalidades. No máximo, uma advertência. Quanto ao seu time, todas as s regras devem ser obedecidas, e mais: em caso de falta, a penalidade será grave. E se fosse em um jogo de xadrez? O mesmo aconteceria. Você será obrigado a observar todas as regras; seu adversário, não. Ele pode mover o cavalo como bem entender, e até mesmo usar um peão como um bispo. Quem vai ganhar o jogo? Claro que o adversário. Imagine esta possibilidade em qualquer tipo de jogo, seja de cartas, tabuleiros, com bola, bilhar. Você sempre vai perder.

O exemplo mostra os motivos pelos quais o crime avança a cada dia, tal qual uma avalanche, arrastando tudo que encontra em sua frente. Sem que a sociedade percebesse, as regras do jogo de convivência foram aos poucos mudadas, e em favor dos criminosos. Nenhuma atividade humana pode sobreviver sem regras, as quais devem ser cumpridas por todos e, em caso de transgressão, aplicando-se as penalidades corretas.

Talvez tenha surgido no leitor a pergunta: por que, então, as regras foram mudadas em favor dos criminosos? A resposta é simples, fácil de ser verificada, embora um pouco difícil de compreensão, caso não se possuam as condições necessárias para tal. Poder, caro leitor, poder, e apenas isto. Os que almejam o poder absoluto utilizam estratégias complexas de manipulação do pensamento coletivo para alcançar seus objetivos. Quando alguém se intitulando defensor dos direitos humanos berra, reclama contra a prisão de um sujeito menor de 18 anos, o qual efetivamente cometeu um grave crime, não está preocupado com o transgressor da lei, de forma alguma. Ele apenas utiliza o fato como ponte para reforçar o plano do grupo a qual pertence. Faz uso de argumentos que, em tese, seriam verdadeiros sem uma análise correta. Desafio qualquer grupo do politicamente correto, dos ditos direitos humanos, a apresentar uma estatística mostrando os números de recuperação social daqueles que tanto defendem. Se existem, são insignificantes.

O crime avança a cada dia, com demonstrações de barbárie como as que vimos nos presídios em Manaus e Roraima, por um único motivo: as regras favorecem os criminosos, e o desequilíbrio contra a sociedade é cada vez maior.

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