Não é só uma sensação de insegurança que vive os pernambucanos. A violência aumentou mesmo. E as estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS) revelam números elevados e bastante alarmantes. Segundo levantamento preliminar, o Estado registrou pelo menos 415 assassinatos somente nesse mês de outubro. É um recorde desde a criação do programa de segurança Pacto pela Vida, em maio de 2007. É o pior resultado em quase dez anos.
Desde o início do ano, havia sinais de que o número de homicídios em Pernambuco poderia chegar a um resultado tão desastroso. Em março, 395 pessoas foram mortas. Até então, era foi considerado o mês mais violento do ano e um dos mais negativos do programa. Mas, agora em outubro, justamente no mês em que houve a troca de secretário de Defesa Social, o resultado da violência foi ainda pior. E, nos próximos dias, com a consolidação dos números, o resultado pode ser mais negativo.
Isso porque, somente na madrugada dessa segunda-feira (31) sete adolescentes foram mortos dentro da Funase de Caruaru, no Agreste. Seis foram mortos a facadas e um deles teve o corpo mutilado. Uma cena de tamanho horror nunca vista no Estado.
No total, segundo a SDS, mais de 3,5 mil pessoas foram mortas neste ano.
Pacto pela Vida A tendência de crescimento da violência e da perda de rumo do programa Pacto pela Vida teve início no primeiro semestre de 2014, quando houve a greve da Polícia Militar de Pernambuco. Desde então, o Governo do Estado não apresentou mais fôlego suficiente para voltar a combater a criminalidade. Apesar das sucessivas trocas de comandantes da PM e da chefia da Polícia Civil, a violência avançou do Litoral ao Sertão do Estado.
Sem propostas criativas e com crise econômica, o Governo do Estado agora aposta no novo secretário de Defesa Social, Angelo Gióia, para trazer novos elementos e dar novo gás ao Pacto pela Vida. Apesar de não reconhecer que Pernambuco precisa de um novo programa de segurança pública, o delegado federal aposentado promete nos próximos meses trazer de volta mais segurança à população. Não é uma tarefa fácil, mas é o que espera a sociedade diante de tanta violência.
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