Docentes percorreram ruas do Centro para reivindicar salários e melhorias. Greve já dura mais de 80 dias, deixando mais de 11 mil alunos sem aulas.
Professores do município de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, realizaram um protesto pelas ruas do Recife na manhã desta segunda-feira (8). Em greve há mais de 80 dias, a categoria reivindica reajuste salarial e o pagamento integral dos salários dos meses de junho e julho. De acordo com a diretora do Sindicato dos Professores da Rede Municipal de Goiana (Sinpromg), Vaneska Melo, 600 profissionais cruzaram os braços no município.
“Hoje viemos até o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para sensibilizar a Justiça e fazer com que a lei seja cumprida”, pontua. De acordo com a professora, 11 mil alunos estão sem aulas na cidade. Pouco antes das 12h, o grupo chegou ao TJPE e tentou falar com representantes do órgão, mas não tiveram sucesso. Os professores também tentaram ser recebidos pelo governador Paulo Câmara, no Palácio do Campo das Princesas, mas também não obtiveram êxito e retornaram ao município de Goiana pouco antes das 14h.
Ainda segundo Vanessa, os salários de junho e julho foram pagos parcialmente. “A Prefeitura está tentando nos fazer voltar com descontos abusivos nos nossos salários”, reclama. Segundo a diretora, a Prefeitura usou o movimento da categoria para justificar a redução salarial.
Desde junho, a categoria reclama de salários atrasados e das más condições estruturais das instituições de ensino. De acordo com professores, algumas escolas não têm quadro negro e apresentam goteiras nas salas de aula.
Por meio de nota enviada nesta segunda (8), a Prefeitura de Goiana esclareceu que conversa com a representação sindical dos professores desde o início do ano e que a decisão de greve foi recebida com surpresa pela administração municipal. De acordo com a Secretaria de Educação do município, o movimento não é legítimo por ter sido instaurado antes da conclusão das negociações e tem prejudicado o aprendizado dos estudantes.
Ainda no texto, a Prefeitura alegou dificuldades financeiras, mas garantiu que há esforços para pagar os salários dos servidores até o quinto dia útil de cada mês. Diante dos esforços mencionados pela administração municipal, o órgão afirma, na nota, ser “desnecessário todo este movimento radicalizado organizado pelo Sindicato, com invasão e depredação de prédios públicos, quando se deveria primar pelo bom senso e por melhores dias para a cidade de Goiana”.
Trânsito
De acordo com a diretora, o grupo saiu do Teatro de Santa Isabel, no Campo das Princesas, em direção ao TJPE, no Palácio da Justiça. Apesar da proximidade entre os dois locais, o grupo seguiu em protesto pelas ruas do Recife com faixas e cartazes.
Segundo a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), a categoria passou por locais como a Avenida Guararapes e a Ponte Duarte Coelho. Nos locais, o fluxo de veículos ficou comprometido devido à manifestação, mas foi liberado em seguida.
G1