26 julho 2016

Festival de Inverno: Tradições da Mata Norte chegam à Garanhuns com o Palco de Cultura Popular

Carregando em sua bagagem cultural os aprendizados obtidos diretamente com o pai, o mestre Antônio Manoel Teles, falecido em 2015, a brincante Maria de Fátima Rodrigues – ou Nice, como é popularmente conhecida – está dando continuidade à tradição do Cavalo Marinho Estrela Brilhante, originado há 12 anos na cidade de Condado, localizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco. “O folguedo é um pedacinho de mim. Não me imagino sem ele, sem o calor humano de todos os integrantes e sem a vontade de impulsionar esta história, seja delegando o espetáculo ou promovendo oficinas na comunidade onde temos o nosso terreiro”, explicou a mestra, minutos antes de subir ao Palco de Cultura Popular na tarde do último sábado (23), acompanhada por 25 componentes da agremiação.
“O que nos mantém não são apoios financeiros, mas sobretudo, a paixão em promover um espetáculo da maneira que podemos, embasados na nossa própria realidade”, revelou Nice. Após o anúncio para a entrada do Estrela Brilhante, a mestra saudou o público e fez mais uma referência do que a mantém firme no posto de . “É uma grande satisfação estarmos aqui no FIG, a minha vida é simplesmente dançar, ensinar e fazer cavalo marinho de forma incansável. Quero ficar velhinha apresentando tudo isso que vocês verão aqui”, anunciou.
Com um conjunto musical do folguedo formado por cinco toadeiros, entre eles dois filhos da mestra, o espetáculo popular foi iniciado lentamente, como um convite sutil para uma festa que, a cada toada, vai ganhando ainda mais vida e empolgando o público. Claro, não faltaram interpretações de personagens como Mateus, Bastião, Mané do Baile, Pisa Pião, marcas da expressão popular.
“É simplesmente fascinante. Nunca tinha tido a oportunidade de ver algo assim de perto, o que me faz querer conhecer mais sobre essas brincadeiras populares tão especiais”, comentou a publicitária Paula Andrade, que veio da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, para apreciar o primeiro final de semana do festival.
Palco para um Patrimônio Vivo

Outro destaque no primeiro dia do polo de Cultura Popular no FIG, foi a Banda Musical Curica, um dos Patrimônios Vivos de Pernambuco presente na programação do evento. Os 50 músicos homenagearam compositores de forró, frevo e MPB, executando canções como ‘Coisas do Agreste’ (Dimas Sedícias), ‘Viagem a Triunfo’ (Herbert Luis Lopes), ‘Baião’ (Hermeto Pascoal), ‘Chamego Proibido’ (Adelmário Coelho) e ‘Meu Cenário’ (Flávio José).

“Estamos comemorando, com grande alegria, a continuidade dos trabalhos realizados pela Sociedade Musical Curica na cidade de Goiana. Apesar das dificuldades para manter tanto a banda, como a Escola de Música José Conrado de Souza Nunes, que atualmente possui 180 alunos em cursos”, explicou Cristian Silva, coordenador das atividades educativas desenvolvidas pela banda.

Entre os momentos mais marcantes da apresentação, a euforia carnavalesca que tomou a praça ao som de ‘Frevo do Galo’, ‘Vassourinhas’, ‘Frevo n. 3’, entre outros. “Excelente a apresentação! Acompanho o trabalho da Curica há muitos anos, desde bailes carnavalescos a apresentações no Recife. Hoje ela me surpreendeu ainda mais”, comentou o aposentado João Silveira, que saiu da capital pernambucana acompanhado da família para aproveitar a programação do FIG.

O Palco de Cultura Popular do FIG 2016 segue até o sábado, 30/7. Confira a programação completa AQUI

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