Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
Os engenhos de cana-de-açúcar, como o Jundiá, Poço Comprido, Iguapé e Água Doce, suas histórias e a importância da preservação desses casarões, mesmo que usados para outras finalidades, serão assuntos abordados nesta quinta e sexta (25 e 26), pelo arquiteto e historiador José Luiz da Mota Menezes, no encerramento do curso de educação à distância do projeto “(Re) conhecer para preservar”, desenvolvido pelo Bureau de Cultura nos municípios de Vicência e Ipojuca, respectivamente. As palestras acontecem às 14h, no Mercado das Artes de Vicência; e em Ipojuca, na escola prof. Aderbal Jurema.
A iniciativa, que conta com o apoio das duas prefeituras, através das secretarias de Educação e Cultura, e tem incentivo do Fundo de Cultura de Pernambuco (Funcultura), beneficiou cerca de 90 professores e equipe pedagógica da rede pública de ensino, gestores e agentes culturais das duas localidades. O objetivo é dar subsídios para a construção de conceitos sobre cultura, valor, identidade, memória, e patrimônio para torná-los parceiros e multiplicadores no processo de preservação dos bens culturais e na formação de uma “consciência cultural”.
A escolha do público-alvo se deu pelo reconhecimento do papel multiplicador que eles têm na comunidade e na escola. “Eles necessitam de uma formação específica sobre o patrimônio cultural e a história local para que possam incluir esses conteúdos em seus planos de aula”, justifica a turismóloga, Clarisse Fraga, produtora cultural e diretora do Bureau de Cultura.
Além disso, diz ela, é importante reconhecer a importância cultural dos municípios selecionados para Pernambuco. De acordo com Fraga, a cidade de Vicência contribui para a construção da história do Estado, guardando grande parte da memória nos vários engenhos históricos, como o Jundiá, Poço Comprido, Iguapé e Água Doce. Seu valor cultural é reconhecido pela sua inclusão em importantes roteiros turísticos, como a Rota Engenhos e Maracatus, o Circuito de Engenhos de Pernambuco e o Roteiro Integrado da Civilização do Açúcar. Já Ipojuca, é uma das primeiras áreas ocupadas pelos europeus na instalação da capitania de Pernambuco e onde a civilização do açúcar teve seu auge. Atualmente grandes obras têm promovido crescimento econômico, migração de trabalhadores de outras cidades e estados, influenciando diretamente no modo de vida, costumes da comunidade, e por isso, necessitando de um trabalho urgente de preservação da memória e do patrimônio cultural.
O curso foi composto por 10 módulos que abordaram conteúdos como cultura, identidade, memória, história, preservação cultural, turismo, papel das escolas na preservação cultural, entre ouros, com carga horária total de 96 horas, sendo 80h à distância e 16 horas em oficinas presenciais. A plataforma virtual permitiu o acesso dos alunos às mais diversas ferramentas pedagógicas e o cronograma de atividades do curso, além de conter espaço para fóruns e dúvidas, chats e biblioteca colaborativa. O participante que cumpriu com 75% das atividades do curso recebem certificado de conclusão.
Assessoria