02 outubro 2015

Mata Norte: PF indicia e determina afastamento de prefeito de Glória do Goitá

Zenildo Miranda Vieira (PTB) é suspeito de lavagem de dinheiro. Operação investiga prefeituras do interior por suposta prática de cartel.

A Polícia Federal em Pernambuco entregou um ofício na Câmara dos Vereadores de Glória do Goitá, na Zona da Mata Norte, exigindo o afastamento do prefeito Zenildo Miranda Vieira (PTB), nesta quinta-feira (1º). De acordo com a corporação, ele foi indiciado por lavagem de dinheiro. A ação faz parte da operação que investiga prefeituras do interior do estado por suposta prática de cartel.

Segundo a PF, o documento foi entregue ao presidente da Câmara, Lívio Amorim (PR), que deverá tomar os trâmites legais para concluir o afastamento do servidor público.

O caso veio à tona a partir da investigação de um processo de licitação fraudulento para contratação de serviços de transporte escolar. Duas empresas de locação de veículos estão sendo investigadas. Elas teriam recebido mais de R$ 50 milhões nos últimos quatro anos, verba pública do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (Pnate), do Ministério da Educação. A polícia investiga se houve fraude no processo de licitação.

As prefeituras de Limoeiro e Passira, no Agreste, também estão sendo investigadas. Outras dez também estariam envolvidas e serão analisadas pela Polícia Federal (PF) nos próximos meses. O G1 tentou entrar em contato com a prefeitura de Glória do Goitá e com a Câmara dos Vereadores, mas não obteve retorno.

Entenda o caso
A PF afirma ainda que começou a investigar denúncias anônimas em 2014. A suspeita é de que, antes de haver a licitação, as empresas que prestariam o serviço de transporte escolar às prefeituras já estavam escolhidas. Também foram confirmados pagamentos em duplicidade.

A operação Carona foi deflagrada no dia 17 de setembro para cumprir 15 mandados de busca e apreensão nas três cidades que estariam envolvidas e também no Recife, Carpina, na Mata Norte, Caruaru, no Agreste, e Serra Talhada, no Sertão. Houve procura também de contratos e subcontratos em casas de prefeitos, cujo os nomes não foram divulgados.

De acordo com a PF, foram feitos diversos pedidos de prisão de prefeitos e secretários que estariam envolvidos na prática do crime.

G1
 
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