Receita calcula que Sistema tenha perda de 40% de sua receita, em torno de R$ 20 bilhões ao ano
Um dia depois de o Governo propor mudança nas regras de arrecadação, impactando a receita do Sistema S - que reúne empresas como Senai, Sesc e Sesi, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro, fez duras críticas às medidas e disse que elas poderiam ter sido feitas de uma maneira mais negociada. A proposta do governo, que busca formas de reduzir o orçamento deficitário de 2016, repassar parte dos recursos, que são pagos pelas empresas, à Previdência Social.
Se o Congresso aprovar, a Receita calcula que o Sistema S pode chegar a perder 40% de sua receita, em torno de R$ 20 bilhões ao ano. E isso, naturalmente, terá impactos nos repasses para as entidades de Pernambuco.
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) - que responde pelas gestões do Sesi e Senai -, Ricardo Essinger, se a pauta fiscal passar, algumas ações precisarão ser feitas. “Como reduzir a oferta de ensino profissionalizante, que corresponde a 80% da verba do Senai, e diminuir os serviços de saúde, segurança do trabalho e lazer para a classe trabalhadora do Sesi”, detalhou.
Mesmo sem saber exatamente o impacto nas contas das duas instituições, Essinger teme que faltem recursos para concluir, por exemplo, uma escola para o setor automotivo, em Goiana. “A receita do S para indústria já vem diminuindo em função das demissões no setor“, revelou, frisando que as empresas do segmento pagam para o Sistema S o equivalente a 1% da folha de pagamento.
Já no caso do Sest Senat - que também integra o sistema -, o choque será na receita de R$ 9 milhões, repassado todos os anos pelo conselho nacional das empresas de transporte. “É com esse valor que mantemos os cursos gratuitos para o trabalhador desse eixo”, informou o vice-presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Nordeste, Nilson Gibson.
Na análise dele, havendo restrição de repasse, a alternativa será mexer no quadro de pessoal e readequar programas nacionais. Ano passado, foram profissionalizadas 70 mil pessoas no Estado pela instituição. Para o presidente o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, “com a perda de receita da ordem de 30%, só há duas alternativas: ou reduzo o atendimento ou passo a cobrar por ele, o que nunca foi nem é o objetivo do Sebrae”.
FolhaPE