18 junho 2015

Saúde: Casos de sífilis crescem 30% em Pernambuco. Goiana é uma das cidades com maior concentração da doença

Alta foi registrada no tipo da doença que passa da mãe para o filho já na gestação

Pernambuco registrou aumento de 30% no número de casos de sífilis congênita - quando há transmissão de mãe para filho na gestação. Os dados são referentes de 2013 a 2014 e revelam alta de 950 para 1.235 nas notificações. Desse total, 70% estão concentrados em oito municípios: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Ipojuca, Goiana e Paulista. Por isso, na próxima segunda-feira, serão estabelecidas metas e ações voltadas para cada cidade. Entre os desafios a serem superados, a resistência de alguns profissionais da Atenção Primária a realizar o tratamento com a penicilina benzatina, antibiótico mais apropriado para a cura eficaz. Os desafios foram discutidos na sede da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que contou com a presença do secretário Iran Costa.

“Quando a população está de posse do diagnóstico e sabe que precisa do tratamento, ela faz. A resistência maior é por parte dos profissionais, por conta dos efeitos que a penicilina benzatina pode causar, como o choque anafilático”, explicou a secretária executiva de Vigilância em Saúde, Luciana Albuquerque. Por isso, serão cobrados que os oito municípios prioritários realizem o trabalho de conscientização dos profissionais de saúde, para desmistificar o risco das reações adversas.

Há também a necessidade da ampliação do acesso e ações para a população sexualmente ativa. “O Ministério da Saúde disponibiliza o teste rápido, que é fácil de ser feito. Agora, com a descentralização, a gente pode testar um maior número de pessoas e, nos casos que dão reagentes, podemos confirmar com o teste de VDRL, que é o teste de sangue”, disse o coordenador do programa estadual DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde (SES), François Figueiroa.

A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida, principalmente, pela relação sexual desprotegida. Se a gestante não trata a doença, pode infectar o bebê ainda na barriga, que pode ocasionar aborto ou malformação no feto. A criança que sobrevive pode desenvolver problemas de audição e no sistema ósseo. O tratamento é simples. Mas tanto a grávida quanto o companheiro precisam concluir procedimento, até 30 dias antes do parto, para garantir que não ocorra a transmissão vertical. “Quando é recente, o seja, pegou há menos de u ano, uma dose resolve. Senão precisa tomar três doses. Mas ninguém vai se tratar por conta própria. É preciso ser prescrito pelo serviço de saúde, até porque se trata de antibiótico”, afirmou François.

FolhaPE
 
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