Prefeitos dos municípios que fazem parte da região metropolitana do Recife e Mata Norte do Estado se reuniram com a imprensa na sede da Amupe, nesta quinta-feira (05), para esclarecer a decisão tomada em conjunto de diminuir os recursos no Carnaval 2015 e com isso aplicar a economia gerada na continuidade de obras e projetos que beneficiam as suas cidades.
Estavam na reunião os gestores dos municípios de Araçoiaba, Itapissuma, Igarassu, Abreu e Lima, Goiana e Condado, acompanhados de seus secretários e assessores. O objetivo principal foi mostrar a crise que os municípios estão passando no momento com o arroxo do governo federal e estadual e a diminuição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), principal repasse recebido por eles.
Segundo os prefeitos ficou impossível manter o carnaval com o mesmo orçamento dos anos anteriores, por isso eles optaram pela diminuição da festa que em alguns casos chegou a até 75% dos gastos e aplicar esse valor em obras de infraestrutura, saúde e educação, dessa forma a população continuará com as folias de momo e a continuidade das obras municipais.
O prefeito de Itapissuma, Cal Volia, disse que por causa da diminuição dos repasses infelizmente o município não vai poder bancar todos os polos de carnaval da cidade, mas irá manter as duas principais manifestações, o tradicional Banho de Maré e o Baile Municipal. “A iniciativa foi tomada para não comprometer os recursos da saúde, educação e infraestrutura”, completou.
Já o prefeito de Goiana, Frederico Gadelha, enfatizou que a atual crise que os municípios estão passando não é apenas regional, mas sim em todo o Brasil. A redução dos gastos com a folia vai chegar a até 50%. Priorizando o carnaval de rua e a cultura local, o gestor optou por deixar de lado os shows de artistas nacionais, preservando ainda mais a cultura do município. Por fim, falou que é preciso muita coragem para tomar a decisão certa num momento como esse, “A fim de preservar o bem estar da população os gestores devem priorizar os serviços essenciais e as obras de melhoria”.
Todos os prefeitos presentes foram unanimes em afirmar que o carnaval é algo cultural, por isso não acharam justo o cancelamento do mesmo, pois existem famílias que trabalham o ano inteiro na confecção de roupas e fantasias, principalmente as que disseminam a cultura local como o Caboclinho, o Maracatu, a Ciranda e o Frevo. E algumas delas tiram parte de seu sustento em apresentações nessa época, por isso o não cancelamento, mas sim a exclusão de apresentações de artista de âmbito nacional e o investimento na cultura local era a coisa mais certa a se fazer nesse momento, fazendo assim uma redução significativa nos recursos repassados para a população.
Fonte: Assessoria