Site Reclame Aqui recebeu 12 mil queixas de 1,3 milhão de consumidores
A Black Friday 2014 está sendo considerada um sucesso para o comércio eletrônico brasileiro, já que a movimentação financeira superou meio bilhão de reais. No entanto, assim como em edições anteriores, os consumidores voltaram a enfrentar problemas como falta de estoque, sites instáveis e, claro, promoções enganosas.
A ação promocional movimentou R$ 535 milhões entre as 20h de quinta-feira (27) — quando alguns lojistas deram início às ofertas — e as 22h de sexta, com mais de 1,3 milhão de compras realizadas.
O resultado superou a marca de 2013, de R$ 424 milhões, segundo o site Busca Descontos, que organiza o evento no Brasil, e da Clear Sale, empresa especializada na prevenção de fraudes.
A categoria mais procurada pelos consumidores foi a de eletrônicos, com mais de 42,27% dos negócios, seguida por esporte e lazer (15,04%), informática (10,96%), viagens (10,65%) e moda (7,3%).
Tradicional dia de liquidação nos Estados Unidos, onde os estoques são queimados para dar lugar às novidades natalinas, a Black Friday chegou ao Brasil em 2010 voltado exclusivamente para o mercado online. A partir do ano seguinte, algumas empresas levaram as promoções para as lojas físicas. Neste ano, em São Paulo, alguns grandes varejistas conseguiram atrair consumidores, enquanto o comércio popular da cidade deu pouco atenção à data.
Apesar dos ganhos, a Black Friday brasileira ainda está engatinhando perto do evento norte-americano. Lá a expectativa de faturamento gira em torno de US$ 13 bilhões (R$ 33,3 bilhões). Considerando ainda o final de semana, quando as promoções continuam, a Black Friday americana deve movimentar US$ 36,7 bilhões nos três dias, cerca de R$ 94 bilhões.
O maior faturamento do comércio online mundial continua pertencendo ao Single’s Day (Dia dos Solteiros) na China, celebrado todo 11 de novembro. Só o site de vendas Alibaba faturou, neste ano, US$ 9 bilhões (cerca de R$ 23 bilhões).
Reclamações
Assim como nas edições anteriores, a Black Friday brasileira não serviu apenas para fazer bons negócios. Muita gente teve dor de cabeça.
O site Reclame Aqui, que realizou um acompanhamento em tempo real da ação, recebeu 12 mil queixas. Em 2013, o valor total de reclamações chegou a 8.500.
"Mais de 1,3 milhão de pessoas acessando o Reclame Aqui para registrar queixas e conferir a reputação das empresas. Os números refletem a consolidação da data no calendário de compras do fim do ano e a necessidade de as lojas online e offline evoluírem para atender as demandas do consumidor em tempo real", escreveu o site.
A campeã de reclamações foi a Americanas.com, com 1.219 queixas até as 23h, seguida pelo site Submarino (1.095) e Saraiva (682).
Entre as reclamações mais comuns, problemas "para acessar sites ou finalizar compras, maquiagem de preços, sumiço de produtos do carrinho virtual, problemas no pagamento e preços elevados de frete para 'compensar' os descontos".
O Procon de São Paulo, órgão de defesa do consumidor, também recebeu reclamações, mas em um volume bem menor: 753 até as 16h40. Curiosamente, as três empresas campeãs eram as mesmas: a B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime), Nova Pontocom (Pontofrio.com.br, casasbahia.com.br, e extra.com.br), e Saraiva.
Uma das queixas mais comuns dos consumidores era de propaganda enganosa. Uma compradora enviou para o Reclame Aqui o print de uma página com uma promoção de 70% no preço de um iPhone. O problema, no caso, é que o desconto foi calculado sobre um preço inicial de R$ 10 mil.
R7