Limitações da seleção ficam evidentes mais uma vez, e equipe fica com o quarto lugar
A Holanda venceu o Brasil por 3 a 0, viu a torcida brasileira gritar ‘olé’ em sua homenagem, ficou com o terceiro lugar na Copa, em uma campanha invicta, e se tornou a primeira seleção a vencer o Brasil três vezes em Mundiais: 1974, 2010 e 2014. O árbitro errou bastante durante o jogo, prejudicou a seleção brasileira, mas a equipe de Felipão foi inferior durante a partida. O Brasil começou a partida com seis mudanças em relação ao time que foi goleado pela seleção alemã. Além da saída de Dante para a volta de Thiago Silva, também saíram Marcelo, Fernandinho, Bernard, Hulk e Fred, para as entradas de Maxwell, Paulinho, Willian, Ramires e Jô, respectivamente.
— É difícil falar. Temos que ver onde erramos para melhorarmos no futuro — disse Oscar, ainda no campo.
Capitão da equipe, o zagueiro Thiago Silva definiu o sentimento como "frustração".
— A gente sonhou com esse momento, passei noites sem dormir e acabou dessa forma. Acho que a gente não merecia esse final
Mais do que apenas uma despedida melancólica, foi uma partida em que, mais uma vez, as limitações táticas e técnicas da seleção brasileira ficaram escancaradas. Menos eficiente que a Alemanha, a Holanda foi mais rápida. Com menos de dois minutos, Robben escapou em velocidade e obrigou Thiago Silva a fazer uma falta, claramente fora da área. O árbitro argelino Djamel Haimoudi, no entanto, marcou pênalti, convertido por Van Persie. O 1 a 0 precoce animou a Holanda, que chegou a ter 80% de posse de bola no início da partida. Controlando o jogo, a seleção holandesa marcou de novo aos 16. Robben arrancou e encontrou De Guzman, impedido, na ponta direita. O bandeirinha não marcou a irregularidade, o meia cruzou na área, e David Luiz cortou mal. No rebote, Blind teve tempo para dominar e fazer o segundo. Antes da metade do primeiro tempo, a seleção brasileira lembrava — e muito — a equipe goleada por 7 a 1 pela Alemanha: espaços no meio-campo, ligação direta entre a defesa e o ataque e desorganização na marcação.
O primeiro chute brasileiro só veio aos 20 minutos. Em jogada individual, Oscar arriscou de fora da área, mas Cillessen defendeu. O Brasil passou a ter mais a bola, mas não chegou a criar nenhuma chance clara de gol. Aos 37, Luiz Gustavo desviou, de cabeça, um cruzamento, mas a bola passou pela pequena área. Aos 41, foi a vez da Holanda chegar ao ataque. Van Persie aproveitou um rebote e chutou de primeira, mas Júlio César ficou com a bola.
HOLANDA MARCA OUTRO NO FIM
O segundo tempo começou em ritmo lento. Aos 14 minutos, o Brasil, enfim, armou uma jogada de ataque. Ramires recebeu e bateu cruzado, mas a bola foi para fora. Como já acontecera na primeira etapa, houve polêmicas em relação à arbitragem. Aos 20, Maicon cruzou e De Vrij cortou. Os jogadores brasileiros pediram pênalti, alegando que o zagueiro teria usado o braço no lance, mas o juiz deixou o jogo seguir. Dois minutos depois, houve pênalti claro de Blind em Oscar. O árbitro não marcou e ainda deu cartão amarelo por simulação ao meia brasileiro.
Felipão, que já havia feito duas substituições (Fernandinho no lugar de Luiz Gustavo, no intervalo, e Hernanes na vaga de Paulinho, aos 12 minutos do segundo tempo), mexeu de novo na equipe. Tirou Ramires para a entrada de Hulk. O atacante tentou algumas jogadas pela esquerda, mas não teve sucesso. Aos 45 minutos, Robben, eleito pela Fifa o craque do jogo, teve, mais uma vez, espaço para arrancar e tocou para Janmaat. O lateral cruzou da direita e achou Wijnaldum sozinho na área. Mais um gol da Holanda, e muitas vaias no estádio.
BRASIL 0 X 3 HOLANDA
Local: Mané Garrincha, em Brasília (DF)
Data/Horário: 12/07/2014, às 17h
Local: Mané Garrincha, em Brasília (DF)
Data/Horário: 12/07/2014, às 17h
Árbitro: Djamel Haimoudi (Argélia)
Público: 68.034 torcedores presentes
Cartões amarelos: Thiago Silva (2’/1°T), Robben (8’/1°T), De Guzman (36’/1°T), Fernandinho (9’/2°T), Oscar (23’/2°T)
Cartão vermelho: Não houve
Gols: Van Persie (2’/1°T), Blind (16’/1°T) e Wijnaldum (45’/2°T)
BRASIL: Júlio César; Maicon, Thiago Silva, David Luiz e Maxwell; Luiz Gustavo (Fernandinho, intervalo) e Paulinho (Hernanes, 12’/2°T); Ramires (Hulk, 27’/2°T), Oscar e Willian; Jô. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
HOLANDA: Cillessen (Vorm, 46’/2°T); De Vrij, Vlaar, Martins Indi; Kuyt, Wijnaldum, Clasie (Veltman, 45’/2°T), De Guzman e Blind (Janmaat, 25’/2°T); Robben e Van Persie. Técnico: Louis van Gaal.
O Globo
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