Abreu e Lima, o primeiro município a ser atingido e um dos mais afetados pela onda de saques a estabelecimentos comerciais durante a greve dos policiais militares, vive nesta sexta-feira uma movimentação contrária.
É cada vez maior o número de pessoas que está se dirigindo espontaneamente à delegacia da cidade para devolver produtos saqueados. Por consciência ou medo de serem descobertos, os cidadãos estão lotando o local com geladeiras, televisores e outros eletrodomésticos.
Por outro lado, um suspeito que não teve a mesma atitude foi preso dentro de casa esta manhã. De acordo com o delegado Albéris Félix, ele foi identificado durante as investigações e foi detido. Os saques em Abreu e Lima começaram na noite da quarta-feira passada, assim que foi deflagrada a paralisação. A partir de um protesto, a cidade se transformou em verdadeiro cenário de guerra civil. Com o bloqueio no trânsito, feito com galhos no Km 50 da BR-101 sentido Recife, o congestionamento alcançou Igarassu. Populares aproveitaram a situação para depredar ônibus e saquear caminhões e lojas.
Um ônibus da empresa Itamaracá chegou a ser incendiado. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, o motorista e o cobrador conseguiram conter as chamas, mas, insatisfeitos, os populares depredaram e destruíram todo o veículo. Caminhões de bebidas e salgadinhos foram saqueados e nem mesmo o carro dos Correios escapou. Levaram cartas e caixas em busca de dinheiro e produtos de valor.
Comerciantes tentaram se proteger fechando as portas mais cedo, no entanto, foram surpreendidos por arrombamentos. As lojas Insinuante e Laser Eletro foram algumas das atingidas. Uma equipe de reportagem da TV Clube/Record que fazia a cobertura da onda de violência no município foi expulsa do local sob ameaça de suspeitos armados.
Treze pessoas foram presas na ocasião. Os saques continuaram sendo realizados na quinta-feira.