Idealizado pelos arte-educadores Andréa Veruska e Wagner Montenegro, esta é a primeira edição do Descobrindo a Estética do Oprimido. As aulas acontecem entre 07 a 11 de abril, na Associação de Mulheres de Nazaré da Mata – AMUNAM, na Rua Coronel Manoel Inácio, 129, Centro. Os interessados podem se inscrever até o dia 04 de abril, na AMUNAM. A realização e produção são da NEXTO, com incentivo do Funcultura e apoio da AMUNAM e do SESC.
Levar o teatro para a sala de aula e difundir a formação artística para além da Região Metropolitana do Recife. Estes são alguns dos principais objetivos do curso Descobrindo a Estética do Oprimido, que baseia-se no método criado por Augusto Boal para mudar o cotidiano escolar de professores e alunos de Nazaré. Um dos idealizadores do curso, o arte-educador Wagner Montenegro explica a importância de levar o método não só para Nazaré da Mata, mas também para outras localidades: “Escolhemos também as cidades de Belo Jardim, Arcoverde e Olinda, por sabermos que muitos profissionais da educação nestas cidades têm o desejo de ampliar suas práticas pedagógicas com a intersecção do teatro e, sobretudo, do Teatro do Oprimido em sala de aula”.
“O projeto Descobrindo a Estética do Oprimido quer proporcionar a esse público a descoberta de si mesmo, do seu potencial criativo e do mundo de possibilidades da Estética do Oprimido, para que pensem, repensem e ampliem o seu repertório em sala de aula”, acrescenta Montenegro.
A fala do ator não por acaso encontra eco na própria filosofia do Teatro do Oprimido. Criado por Augusto Boal, este foi o primeiro método teatral elaborado na América Latina a ser utilizado em mais de 70 países dos cinco continentes. Para alcançar tanto espaço, Boal se fez valer da simplicidade: aqui o aluno não experiencia apenas um estilo ou gênero teatral, mas sim a linguagem humana por excelência, a essência do teatro. Isso porque, de acordo com o Centro do Teatro do Oprimido e a filosofia de Boal, somos os únicos habitantes do planeta com a capacidade de criar metáforas, de sermos artistas. Somos todos atores e, ao mesmo tempo, espectadores dos nossos atos.
O MÉTODO
Através da união de exercícios, jogos e técnicas teatrais que buscam desmecanizar fisicamente e intelectualmente os seus praticantes, bem como democratizar o teatro, o método estético busca estabelecer condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e amplie suas possibilidades de expressão, estabelecendo uma comunicação direta, ativa e propositada entre espectadores e atores. Assim, vemos que o Teatro do Oprimido tem uma importância que vai além do espaço físico do teatro, podendo ser executado inclusive como meio de expressão de comunidades que passam por alguma dificuldade.
Isso porque, entre as técnicas do Teatro do Oprimido, a mais conhecida – e mais praticada – é o “Teatro Fórum”. Ela consiste em um espetáculo baseado em fatos reais, no qual personagens oprimidos e opressores entram em conflito de forma clara e objetiva, na defesa de seus desejos e interesses. Neste confronto, o “oprimido” fracassa e o público é convidado pelo Curinga a entrar em cena, substituindo aquele e buscando alternativas para o problema encenado.
O Curinga – que aqui serão os dois realizadores do curso – é o facilitador do Teatro do Oprimido: um artista com função pedagógica, que ministra cursos e oficinas, dirige espetáculos e atua como mestra de cerimônia nas sessões de Teatro Fórum, mediando o diálogo entre palco e plateia, além de estimular a participação e orientar a análise das intervenções feitas pelo público.
QUEM É O NEXTO?
Formados pelo Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro (CTO-Rio), ainda sob a orientação e direção artística de Augusto Boal, os amigos Andréa Veruska e Wagner Montenegro são os idealizadores do curso “Descobrindo a estética do Oprimido”. Andréa Veruska é atriz e arte-educadora formada em Licenciatura em Educação Artística com Habilitação em Artes Cênicas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Ela é ainda especialista em Arte-Educação pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
Por sua vez, Wagner Montenegro é ator e arte-educador, formado em Licenciatura em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), além de ter estudado Licenciatura em Antropologia na Universidade Nova de Lisboa, em Portugal.
Ambos foram multiplicadores do Teatro do Oprimido pelo Pressão no Juízo – Centro de Estudos, Pesquisas e Ações em Teatro, Arte-Educação e Cultura até o ano de 2008. Em 2012 fundaram o grupo NEXTO (Núcleo de Experimentações em Teatro do Oprimido), com o objetivo de continuar as pesquisas e divulgação sobre o método do Teatro do “Oprimido.
Para saber mais sobre a dupla, o curso “Descobrindo a estética do Oprimido” e outras ações do NEXTO acesse: www.nextoblog.wordpress.com.
FICHA TÉCNICA
Projeto Descobrindo a Estética do Oprimido
Idealizadores: Andréa Veruska e Wagner Montenegro
Arte-educadores: Andréa Veruska e Wagner Montenegro
Produção executiva: Luciana Barbosa
Designer: Neto Oliveira
Consultoria editorial: Heber Costa
Assessoria de imprensa: Gabriela Alcântara
Fotografia: Rafael Acioly
Contabilidade: Hypolito Patzdorf
Consultoria em Gestão da Informação: Felipe Medeiros
Realização: NEXTO
Incentivo: FUNCULTURA
Assessoria