Até quando os governos fingirão valorizar a cultura popular? Em cada Carnaval a situação se repete e a maior fatia do orçamento vai para bandas de fora e que fazem um som nada a ver com a folia de momo. Em Goiana, o cachê da Polentinha do Arroxa foi de R$ 90 mil, a Turma do Pagode recebeu R$ 120 mil e a atração local, Coco de Parêa, ganhou R$ 3 mil para se apresentar no último sábado.
Para justificar... - Em resposta a nota “A farsa da valorização” publicada, a Prefeitura de Goiana esclarece que, neste Carnaval, o município investiu mais de R$ 255 mil em subvenção para os grupos culturais da cidade e mais de R$ 120 mil em contratação de orquestras.
Ausência 1 - O Encontro de Caboclinhos de Goiana deveria ter começado às 16h e contar com 14 agremiações, mas até às 19h30, apenas duas tinham se apresentado. Por que não foram?
Ausência 2 - Os brinquedos receberam as subvenções dias antes do Carnaval. Sendo assim, como daria tempo comprar o material e fazer as fantasias em cima da hora?
Ausência 3 - “As agremiações estão com dinheiro no bolso. Os que não participaram, vamos ver as penalidades cabíveis”, disse o secretário de Cultura, Júrior Canibal. Dá para acreditar?
Não é assim... - Por incrível que pareça, o Carnaval de Goiana custou R$ 1,380 milhão, sendo R$ 380 mil de contrapartida do Estado. Do total, apenas R$ 300 mil foram pagos em subvenção para maracatus, caboclinhos, orquestras e outras manifestações.
...que deve ser - Segundo o prefeito Fred Gadêlha, o município realizou “o maior Carnaval da Mata Norte”, mas quem foi no que era para ser o tradicional Encontro de Caboclinhos, no domingo, pôde ver o fiasco e descaso do município com a essência da cultura local.
Fonte: FolhaPE