24 outubro 2013

Caso Frei Luciano: Julgamento de Sérgio Aranha e Walter Maciel deve durar três dias

No primeiro dia do julgamento foram ouvidas as cinco testemunhas de acusação
O primeiro dia do julgamento de Walter Maciel Correia e Sérgio Aranha da Silva, acusados de matar o Frei Luciano Santos Andrade, em 2003, começou ontem (23), por volta das 10h30, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no Recife. O julgamento dos réus acontece 10 anos depois. Eles foram indiciados por homicídio qualificado e vão ser submetidos a júri popular.

Logo cedo religiosos da Ordem dos Carmelitas e vários goianenses frequentadores do convento ocuparam a escadaria do Fórum. Com fotos do frade, faixas e cartazes, os fiéis pediam justiça. Ontem (23) foram ouvidas as cinco testemunhas de acusação. Durante o júri, o momento mais tenso foi o depoimento da delegada Silvana Lélis, responsável pelo caso na época do crime. Houve confronto entre acusação e defesa. A delegada disse não ter dúvidas da autoria do crime. “Eu assumi o caso um ano depois do crime. Nós trabalhamos inicialmente com três linhas de investigação. Mas os indícios apontaram os dois réus. Não tenho dúvidas de que foram eles”, disse a delegada. Nenhuma das testemunhas arroladas pelo Ministério Público afirmou categoricamente ter visto os acusados na cena do crime.


Ramon Aranha, filho de Sérgio Aranha, disse estar confiante. “No início estávamos apreensivos com a mudança do julgamento aqui para Recife. Mas estamos confiantes, o júri tem se mostrado bastante técnico, fazendo perguntas. Isso é importante”, disse. E enfatizou. “Não estamos afrontando a igreja católica, só estamos querendo encontrar os verdadeiros culpados. Também queremos justiça”, desabafou.


O Conselho de Sentença é formado por três homens e quatro mulheres. O julgamento deve durar três dias. Hoje (24) devem ser ouvidas as oito testemunhas de defesa. Para os dias seguintes ficam o debate entre a promotoria e a defesa, além da réplica e da tréplica. A sessão é presidida pelo juiz Sylvio Galdino.


O crime aconteceu no dia 28 de agosto de 2003, no Convento Nossa Senhora do Carmo, no centro de Goiana, na Zona da Mata Norte. Durante as investigações, a polícia chegou a cogitar a possibilidade do padre ter sido vítima de um roubo seguido de morte, mas, ao longo das investigações, a hipótese foi descartada.


A polícia apontou, na ocasião, que o frade teria sido arremessado do primeiro andar do convento, de uma altura de 5,5 metros. Quando caiu no chão, ficou a 2,20 metros da parede, o que levou os investigadores a concluir que ele não havia se matado. Apesar do corpo ter sido encontrado nu, não foram percebidos indícios que confirmassem a prática de sexo antes do crime. Além disso, não foram vistas impressões digitais nem sinais de luta corporal nas dependências do convento.




Juiz Sylvio Galdino




Delegada Silvana Lélis

















 
-
-
Todos os direitos reservados à Anderson Pereira. Obtenha prévia autorização para republicação.
-