Marreta e Sintepav alegam que negociam reajuste salarial e melhores condições
Um impasse entre duas entidades sindicais está impedindo o andamento das negociações dos operários do canteiro da Fiat com o consórcio Construcap/Wallbridge - responsável pela construção do polo automotivo - em Goiana. O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e Pesada (Marreta) e o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE) brigam na Justiça pelo direito de representar os quase dois mil trabalhadores que reivindicam melhores condições de trabalho.
Os dois sindicatos protocolaram, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), atas distintas de reivindicações e ambos solicitaram, para ontem, uma rodada de negociação com representantes do patronato, que foi adiada. Por um lado, o Sintepav-PE exige reajuste salarial de 10% retroativo a 1º de agosto, cesta básica no valor de R$ 250, participação nos lucros e resultados (PLR), folga de campo de cinco dias para os trabalhadores de outros estados e equiparação salarial entre os funcionários das obras da Fiat.
Já o Marreta pede para todos os trabalhadores da construção civil do Estado aumento de 25% dos salários, R$ 350 de vale alimentação, implantação do PLR, hora extra aos sábados e feriados e a resolução de problemas internos de infraestrutura, como por exemplo, melhorias nas condições físicas dos alojamentos.
Segundo informações da assessoria de comunicação da SRTE, não haverá possibilidade de agendamento de uma primeira rodada de negociações, enquanto não estiver definido qual o sindicato representa os trabalhadores da Fiat.
A presidente do Marreta, Dulcilene Morais, nega que exista alguma disputa na Justiça para definir qual sindicato vai representar os trabalhadores nas mesas de negociação. “Quem representa a categoria dos trabalhadores da construção civil e pesada desde 1919 somos nós do Marreta,” enfatizou. A sindicalista disse, ainda, que tem acompanhado os trabalhadores da Fiat, e que só nesta semana foram feitas duas assembleias.
O presidente do Sintepav-PE, Aldo Amaral, não foi encontrado pela reportagem para falar sobre o assunto.
Na paralisação realizada pelos trabalhadores da Fiat, na quarta-feira (25), o sindicalista disse à reportagem que o sindicato foi chamado para apoiar a mobilização e representar a categoria. Inclusive, ele garantiu que se funcionários e os patrões não fecharem um acordo até o dia 15 de outubro, os operários vão cruzar os braços por tempo indeterminado e as obras da montadora vão parar. Nem a Construcap, nem a Fiat comentaram sobre o assunto.
FolhaPE