21 setembro 2013

Economia: Primeira linha de prensas da fábrica da Fiat chega a Pernambuco

Equipamento tem capacidade para produzir 960 peças por hora. Obras da fábrica na Mata Norte devem ser concluídas até 2014.

As peças que compõem a primeira das duas linhas de prensa da fábrica de automóveis da Fiat em Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, começaram a ser descarregadas no Porto de Suape, no Litoral Sul do estado, na manhã desta sexta-feira (20). O equipamento, quando montado e em pleno funcionamento, tem capacidade para produzir 960 peças por hora, transformando chapas de aço em portas ou capôs. A fábrica de automóveis da Fiat, que começou a ser construída em setembro de 2012, deve ser concluída até o fim de 2014. Quando estiver pronta, a fábrica terá capacidade para produzir 250 mil carros por ano.

O cronograma prevê que a prensa, da empresa japonesa Komatsu, comece a ser montada em 22 de outubro, estando pronta para começar a operar em testes a partir da metade de março de 2014. O equipamento montado tem 12,5 metros de altura e aproximadamente 70 metros de extensão. “Comercialmente, ela deve estar pronta para operar a partir de agosto, setembro de 2014, antes de disso, operamos com testes”, detalha o engenheiro especialista em prensas Fábio Rima, responsável pelo transporte e também pela operação dos equipamentos. O equipamento vai expandindo de forma gradual a produção, até que a fábrica atinja o pico máximo de 250 mil veículos ao ano.


O navio, vindo do Japão, chegou ao estado na quinta-feira (19), após uma viagem de mais de um mês. A carga, de aproximadamente 5 mil toneladas e contando com mil volumes, deve ser descarregada até a noite da segunda-feira (23). A embarcação conta com três guindastes, mas operou com dois durante a manhã. “Esse é um processo muito minucioso, são cargas soltas. É o que chamamos de carga de projeto, porque dentro do navio veio todo o projeto de uma linha de produção”, explica o analista de comércio exterior da Fiat, Luca Sola.

Antes de seguir para a fábrica, os equipamentos passam pela fiscalização da Receita Federal, com previsão para saída do porto a partir do dia 7 de outubro. “Serão aproximadamente 15 dias para fazer todo o transporte. Vamos utilizar 300 caminhões, sendo 78 especiais, com rodas maiores e sinalização. Esse transporte especial deve acontecer somente à noite, porque o veículo se locomove a aproximadamente 15 quilômetros por hora”, explica Rima.

Com um braço com força de impacto de 2.500 toneladas, a prensa, com seus seis módulos internos, é considerada o coração da fábrica. “A prensa é o coração de uma indústria automotiva. De um lado, entra o aço cortado em placas, totalmente plano. Ele vai passando pelas seis unidades da linha de prensa, tomando golpes, vai sendo moldado, cortado e furado. Ao término você tem uma porta, um capô”, aponta Rima.


Ele ainda explica que 60% do galpão que vai abrigar as peças estão prontos. “Temos outros prédios em níveis diferentes de construção, a obra como um todo está em torno de 35%. A previsão é de que a conclusão das obras aconteça até o final de 2014”. Atualmente, 2.200 pessoas trabalham na construção da fábrica.

As duas prensas vão empregar 190 operários e 13 coordenadores. “Essa é uma plataforma dinâmica e moderna. Se você quer ter qualidade hoje em dia, é preciso investir em tecnologia. Temos um grande marco que foi a fábrica em Betim, Minas Gerais, construída em 1976, saindo do polo automotivo de São Paulo. Estamos novamente indo para um polo mais longe, sempre investindo em tecnologia como suporte. Quem sabe aqui tenhamos também um novo modelo de carro”, diz Sola.

Centro de treinamento

Com a licitação do centro de treinamento suspensa desde agosto pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), a construção do espaço deve ficar à cargo da empresa italiana, explicou o governador Eduardo Campos. O centro de treinamento em Goiana era a contrapartida do governo estadual. “Nós já entramos em entendimento que a Fiat vai assumir para poder cumprir os prazos que estão acordados. Em contrapartida, vamos substituir esse compromisso por outro que possa ser feito de maneira que o contrato tenha equilíbrio, ou seja, o valor correspondente ao centro de treinamento será compensando em outras ações que o estado fará. Isso está sendo discutindo ainda, está tudo no prazo. Fizemos reunião de controle com a direção da Fiat, todo mês a gente senta com o grupo deles e o nosso”, aponta Campos, que visitou o navio nesta sexta e reinterou que o empreendimento é de suma importância para a economia pernambucana.
G1 e DiárioPE
 
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