Montadora italiana coloca construção da unidade fabril como prioridade para o país, de olho na manutenção da liderança dentro do mercado nacional
Durante a passagem pelo Salão de Buenos Aires 2013, a Fiat divulgou algo que pode impactar o mercado nacional nos próximos meses. Segundo Ricardo Dilser, assessor técnico da empresa, a montadora italiana não lançará nenhum novo modelo no país até o encerramento das obras da fábrica de Goiana, em Pernambuco.
“A ideia é concentrar as atenções e investimentos da nova unidade fabril. Queremos reforçar nossa gama de produtos, mas temos que encerrar essa importante fase de nossa estratégia para o país”, disse outro executivo ligado à Fiat.
O Brasil é um dos maiores mercados para a Fiat, que é líder em vendas de carros no país, com 22,5% de participação no mercado nos cinco primeiros meses do ano contra 19,1% da Volkswagen e 17,7% da Chevrolet. Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O último modelo inédito lançado no país foi o SUV Freemont, apresentado em 2011. Depois disso, apenas as remodelagens de modelos como Palio, Siena, desdobrado no Grand Siena, e Punto.
Investimentos no mercado brasileiro
A montadora tem uma fábrica em Betim (MG), a maior do grupo Fiat Chrysler no mundo, que está tendo sua capacidade ampliada de 800 mil para 950 mil veículos por ano. A construção da planta em Pernambuco começou em setembro passado e deverá ser concluída no ano que vem, com início da produção em 2015.
O local deverá abrigar duas plataformas distintas, para dois modelos, que deverão gerar famílias de carros. Por exemplo, a atual plataforma do Palio dá origem a uma família que tem, além do hatch, a perua Palio Weekend, a picape Strada e o sedã Siena EL.
O investimento no complexo será de R$ 4,5 bilhões, incluindo as fábricas de veículos e uma de motores. O restante deverá ser utilizado no "desenvolvimento de produtos", afirmou a Fiat. A montadora conseguiu financiamento de R$ 5,3 bilhões para o projeto junto à Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco de Desenvolvimento do Nordeste (BNB).
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