Economia: As vantagens do imóvel usado

Metro quadrado mais barato é um dos diferenciais apontados por especialistas, que afirmam que o mercado está aquecido

Diante de tantas facilidades de financiamento para compra da casa própria de primeira mão, os imóveis usados acabam sendo deixados de lado. Mas eles oferecem suas vantagens. “Desde o metro quadrado mais barato até a praticidade de já encontrar tudo pronto para morar, os pontos positivos são muitos”, afirma o diretor de vendas da imobiliária Paulo Miranda, Eduardo Jorge. “Não há números fechados, mas a sensação é que o mercado de usados cresce entre 20% e 30%”, estima o gerente de vendas da Moradasol Imobiliária, Leonardo Franklin.

Ele afirma que esse aquecimento foi gerado pela chegada de grandes empreendimentos em Suape ou Goiana – o mesmo fator que movimenta o mercado de imóveis novos. “Com o diferencial de que as diversas linhas de financiamento oferecem juros muito atraentes para o consumidor”, ressalta Franklin.

Hoje, os financiamentos para a compra de usados abarcam até 80% do valor da unidade, com juros a partir de 7% ao ano, a depender do preço. O metro quadrado custa em torno de R$ 4 mil em bairros bem procurados (Graças ou Boa Viagem, por exemplo). Nesses mesmos locais, o valor do metro quadrado de um imóvel novo fica em torno de R$ 7 mil.

“Hoje, quem compra um novo tem que pagar o INCC mais 1%, o que resulta em 20% de juros ao ano. Para o usado, as taxas partem de 7%. É muito atraente”, pontua Leonardo Franklin.

O financiamento pode ser ainda mais vantajoso se o cliente procurar e achar um vendedor disposto a comercializar a unidade com preço abaixo do mercado.

“Por exemplo, digamos que o vendedor esteja com pressa e venda um imóvel por R$ 450 mil. Mas o banco avalia que ele vale R$ 500 mil e vai financiar 80% desse valor. Esses 80% viram quase 90% nesse contexto”, exemplifica Eduardo Jorge.

Além disso, não é preciso investir na construção de área de lazer e afins. A cota extra, que geralmente é feita para custear esses gastos, não existe no usado porque não há espaço específico para lazer ou convivência.

Se o antigo dono repassar o imóvel já com mobília, esta não eleva o preço da unidade. “Nesse aspecto, o imóvel é parecido com carro. As adaptações e incrementações facilitam a venda, mas não elevam o preço”, explica Eduardo Jorge.

Ele ainda afirma que a preferência pela compra de um novo ou de um usado depende do perfil do cliente – quem opta pelo imóvel de primeira mão quer algo com arquitetura mais atual ou acha que o mobiliário que pode vir com o imóvel usado é dispensável. “Nossa experiência comprova que, com as condições atuais, é mais vantagem sair do aluguel e pagar um pouco mais por um espaço que é próprio”, pontua Leonardo Franklin.

Entretanto, as recomendações são válidas para unidades com cinco anos ou mais de existência. Isso porque, antes desse período, os imóveis ainda estão na garantia das construtoras. “Antes dos cinco anos, eles são considerados novos e não desvalorizam”, finaliza Eduardo Jorge.

Em Goiana, há inúmeras casas abandonadas e depredadas, e mesmo nas condições em que se encontram, são pedidos valores altíssimos.

Fonte: JC