29 maio 2013

Economia: Goiana de cabeça para baixo

Incrível como uma cidade com mais de 440 anos de fundação, detentora de elevado potencial turístico, cultural e que está prestes a tornar-se um polo de desenvolvimento econômico do Estado consegue ser tão atrasada como Goiana. Com os resultados do estudo “Goiana e os desafios do desenvolvimento sustentável”, realizado pela Hemobrás em parceria com a Fiocruz, é difícil imaginar o que existe de tão atrativo na região - que vá além dos incentivos fiscais - para a instalação de empresas, que não contam com o básico em infraestrutura. Cerca de 12 indústrias estão aportando no local, gerando emprego, renda e possibilidades para o tão sonhado dia em que os goianenses vão poder ver de perto o tal desenvolvimento. E olhe que já faz tempo que essas melhorias foram prometidas, mas por falta de iniciativa e de articulação política a situação continua deplorável. Vamos aos números. Em pleno século 21, o índice de analfabetismo chega a 52% em áreas rurais, 46,9% da população recebe auxílio do Bolsa Família, a taxa de homicídio é de 44,9 para cada 100 mil, na saúde a situação é grave. Lá, a estratégia do PSF não vingou e só 68% da população recebe assistência. E por ai vai. Com o raio-x a expectativa é de que o município reaja, a população cobre uma postura enérgica e que as empresas se unam para ajudar nesta missão nada, nada singela.

É simples - Para a economista Tânia Barcelar, as deficiências de Goiana são simples de resolver, basta ter uma palavrinha mágica: planejamento. “A população clama por planejamento urbano, controle urbano e um plano de mobilidade. Com isso, já se tem metade do serviço feito. Pronto. É mais barato e racional fazer isso. Não é deixar a bagunça, fazer de qualquer jeito e depois ter que arrumar”.

Deu branco!
Faltou assistência da equipe do cerimonial para o prefeito de Goiana, Fred Gadelha, durante a apresentação da análise participativa da realidade socioambiental sobre o município. Em seu discurso de agradecimento aos principais atores empresariais  para o “desenvolvimento” local, o prefeito, simplesmente, esqueceu o nome dos representantes da Companhia Brasileira de Vidros Planos (CBVP) e da Fiat, que prestigiavam o seminário. Não bastasse isso, Gadelha foi o único a discursar por quase 30 minutos e não trouxe nenhuma informação relevante para o debate.

Plano diretor
Mesmo com esse desmantelo em Goiana, somente no segundo semestre é que a prefeitura vai começar a agilizar o processo para atualizar o plano diretor do município, que desde 2004 é o mesmo. O prefeito avisou que tudo deve ficar pronto até o fim do ano. “com fé em Deus”, segundo ele.

Por Jamille Coelho/FolhaPE
 
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