Instaurada na semana passada em Goiana, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga uma possível venda ilegal de terrenos públicos pela antiga gestão do município continua gerando polêmicas. Desta vez, por meio de nota, a Empresa Aguilar Lima afirmou o interesse em construir um hotel na cidade, mas negou qualquer envolvimento com contraprestação financeira à prefeitura por causa da cessão dos terrenos, como foi dito pelo vereador e presidente da CPI, Beto Gadelha.
Segundo o parlamentar, as discussões giram em torno de uma área de 90 hectares (ha) - dos quais 20 ha são do município e o restante do Estado - que foi reconhecida como Distrito Industrial pelo ex-prefeito Henrique Fenelon. Atualmente, o espaço está ocupado por posseiros. Pela Lei Municipal 2117/09, os terrenos podem ser doados a empresas que queiram se instalar em Goiana.
No dia 12 de abril, o vereador informou que a Aguilar Lima teria pago mais de R$ 600 mil para a aquisição de um terreno de 3,1 hectares. No entanto, a empresa esclarece que, após se interessar por Goiana, passou “a monitorar algumas áreas no município”, disse em nota. “Ao localizarmos a área passamos a negociar com alguns posseiros que ali estavam, inclusive, efetuando pagamento de indenizações a fim de que os mesmos desocupassem”.
“Infelizmente, descobrimos que a terra não pertencia só ao município, mas também ao Estado. O dinheiro foi gasto com indenizações, comissões dos corretores e com projetos executivos. O nosso único prejuízo é porque estamos tentando construir o hotel há um ano e meio”, acrescentou um porta-voz da empresa.
Procurado pela reportagem, Beto Gadelha afirmou que os proprietários da Aguilar Lima serão convocados para prestar esclarecimentos à CPI. “A proprietária da empresa confessou que pagou aos posseiros e a um intermediário”, informou, acrescentando que o vice-prefeito de Goiana, Carlos de Joca, e o presidente da AD Goiana, Francisco Lucchese Júnior, ouviram a confissão.
Fonte: Folha PE