Reuniões entre a Hemobrás e a Baxter acontecem de 28 de fevereiro a 8 de março, em Pernambuco
De 28 de fevereiro a 8 de março, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) realiza com a multinacional Baxter International a primeira rodada de reuniões em Pernambuco para discutir as etapas da transferência de tecnologia do fator VIII recombinante, o mais novo medicamento do portfólio da estatal, que já contempla os seis tipos de hemoderivados de maior consumo no mundo. O remédio com tecnologia de ponta se destina ao tratamento de hemofilia tipo A. Concretizada no fim de 2012, a parceira prevê que o laboratório de origem norte-americana passe sua expertise de elaboração do produto à estatal brasileira. Isso vai requerer uma expansão do terreno da fábrica em Goiana, de 25 para 31 hectares.
A duração do contrato é de dez anos, com início de produção em solo nacional em cinco anos. Entretanto, já em 2013 e durante todo o período da transferência, contemplará a fornecimento prévio do remédio, produzido pela Baxter e distribuído pela Hemobrás, aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). O valor do acordo, nestes primeiros 12 meses de vigência, pode chegar a US$ 100 milhões.
Na agenda, que acontece no Recife e em Goiana, está a discussão dos detalhes para a construção do módulo da planta industrial para a produção deste medicamento elaborado por meio de engenharia genética e ainda não disponível no Brasil. Também serão abordadas as questões para o início das fases de recebimento do produto semiacabado no País, com rotulagem na unidade fabril da Hemobrás, liberação farmacêutica junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e posterior distribuição pelo SUS.
Nos dias 5 e 6 de março, a Diretoria-Executiva da Hemobrás levará a comitiva da Baxter, formada por altos executivos da multinacional – entre eles, o vice-presidente mundial de produção e operação, Joerg Ahlgrimm; o diretor mundial de produção, Martin Felgenhauee; e o diretor geral no Brasil, Mario Ciardeli – para conhecer a fábrica em Goiana. No local, os grupos analisarão a inclusão deste novo projeto no terreno da estatal. De acordo com o diretor de Produtos Estratégicos e Inovação da Hemobrás, Luiz Amorim, faz-se necessário um novo prédio, específico para a fabricação do fator VIII recombinante, porque seu processo tecnológico difere dos hemoderivados, estes elaborados a partir do plasma humano. “Isto já estava previsto em nosso projeto. Vamos começar a definir as especificações do novo módulo”, afirmou Amorim. Atualmente, o parque fabril da Hemobrás, em construção e com previsão de operar em 2014, contempla 17 prédios, perfazendo uma área construída de 48 mil metros quadrados.
Apesar das diferenças do projeto de hemoderivados em relação ao do fator VIII recombinante, a Hemobrás pretende compartilhar os demais prédios destinados à produção de hemoderivados, ou seja, o de rotulagem, empacotamento, expedição e laboratórios de controle. “Queremos manter a mesma lógica, se possível, compatibilizando as duas tecnologias”, declarou o gerente de Incorporação Tecnológica e Projetos, Antônio Edson Lucena. Para isso, as equipes das duas empresas formaram, inclusive, um comitê técnico e visitou, recentemente, uma potencial produtora dos equipamentos, na Itália. Depois dessa primeira rodada de reuniões, será estabelecido um cronograma de trabalho, com encontros periódicos entre as equipes das duas empresas.
Assessoria de Imprensa