Ela disse que após parto, ficou vagando pelo Imip, com intenção de sequestro. No último sábado, ela confessa ter levado um bebê de Chã de Alegria
A mulher acusada de sequestrar uma recém-nascida em Chã de Alegria, na Zona da Mata Norte de Pernambuco, no sábado (16), confessou ter cometido o crime para substituir uma criança que perdeu em janeiro. Ela foi detida pela Polícia na quarta-feira (20) e, na manhã desta quinta (21), a polícia apresentou os detalhes do caso, no Recife. Embora a polícia tenha dito que a suspeita era conhecida como "Carla", nesta quinta foi confirmada a identidade verdadeira da mulher: ela se chama Ângela Maria da Silva, tem 27 anos, e foi presa em casa, no Alto do Cruzeiro, em Timbaúba, também na Mata Norte.
A polícia chegou até ela por meio de denúncias de moradores de Timbaúba. Ângela estava com o marido e vizinhos no momento da prisão. "Ela deu à luz a uma criança morta, mas mentiu ao marido dizendo que o bebê tinha nascido saudável. O marido teria voltado a Timbaúba e ela continuou indo ao hospital, depois de receber alta, sempre, segundo depoimento 'vagando e vendo a criança que tinha perdido'. Essa vontade de ser mãe é que a teria motivado", explica o delegado Herbert Martins, que estava de plantão na delegacia seccional de Timbaúba.
A suspeita teria roubado e rasurado um documento para dizer que a filha dela nascera viva. À policia, ela inicialmente negou que tivesse roubado a criança. "Quando a tia reconheceu o bebê, ela acabou achando por bem confessar", afirma o delegado. Durante o depoimento, Ângela contou que, em um dos dias no hospital, se deparou com a mãe e a avó da criança sequestrada, de onde surgiu a amizade e, após o nascimento, recebeu convite para passar um final de semana em Chã de Alegria. "Ela prontamente aceitou e, em seu depoimento, afirmou que a todo momento tinha esse intuito de subtrair um bebê", conta o delegado de Timbaúba.
Depois de pegar o neném, relatou, ela se dirigiu à casa e apresentou o bebê como sendo filho dela. "Estamos investigando se o marido realmente não sabia. Estamos também com pessoas no IMIP [Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira] para saber se ela deu realmente à luz uma criança que nasceu morta. Não tínhamos o nome real dela até o momento da prisão", detalha o delegado de Chã de Alegria, Sérgio Moreira.
Investigação
A avó da criança, que teria dito que conhecia a suspeita há muitos anos, vai prestar novo depoimento. "Elas se conheceram somente no hospital. A avó disse que conhecia não sei por que, talvez culpa por convidar uma pessoa desconhecida para sua casa. Vou reinqueri-la", afirma Moreira.
Uma tia da criança foi até a delegacia de Timbaúba e fez o reconhecimento da suspeita e do bebê, levando-o de volta à família. A suspeita foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina, no Recife. Ela foi autuada em flagrante pelos crimes de sequestro, cárcere privado, subtração de incapaz, parto suposto e falsificação de documento público. Ela já tinha sido presa por furto anteriormente e tinha dois filhos.
Uma tia da criança foi até a delegacia de Timbaúba e fez o reconhecimento da suspeita e do bebê, levando-o de volta à família. A suspeita foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina, no Recife. Ela foi autuada em flagrante pelos crimes de sequestro, cárcere privado, subtração de incapaz, parto suposto e falsificação de documento público. Ela já tinha sido presa por furto anteriormente e tinha dois filhos.
O caso
Na manhã do dia 16 de fevereiro, a suspeita estava dando banho na criança recém-nascida em Chã de Alegria quando foi embora levando-a, junto com uma bolsa de roupas do bebê. A mãe da menina, Elicleide Araújo, que tem problemas mentais, ficou trancada no quintal, na Rua Barbosa Lima. A criança nasceu no Imip, no Recife. Ela havia feito visitas no hospital e dormido na casa da família da sexta para o sábado.
Confira os vídeos abaixo:
Avó de Giovana fala sobre a raptora
Criança raptada está em casa
Bebê encontrado em Chã de Alegria
Delegado Herbert Martins fala sobre a prisão
Matéria: G1