A Fiat investirá R$ 500 milhões para a construção de uma fábrica de motores em Pernambuco, onde já constrói sua segunda unidade produtiva de veículos no País. O anúncio foi feito pelo presidente da marca na América Latina, Cledorvino Belini, após reunião na tarde da quarta-feira, 19, com a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no Palácio do Planalto, em Brasília.
“Já temos um plano de investimentos para uma fábrica em Pernambuco, onde vamos produzir cerca de 200 mil veículos a partir de 2014 e agora nós decidimos ampliar o investimento para construir lá também uma fábrica de motores, com mais 550 funcionários e um investimento adicional de R$ 500 milhões”, disse Belini, acrescentando que a produção de motores deve ter início em 2015, seguindo os parâmetros do novo regime automotivo, o Inovar-Auto.
Os R$ 500 milhões são adicionais aos R$ 4 bilhões que a Fiat aplicará na nova unidade que está sendo erguida na cidade de Goiana. Desde dezembro de 2010, quando anunciou a construção do novo complexo, a empresa planejava também produzir motores no local para suprir as necessidades da própria planta, já que o complexo de Betim (MG), que tem capacidade para 700 mil unidades por ano, mais 600 mil transmissões, neste ano deve atingir o limite de sua capacidade produtiva, de 900 mil veículos. A planta de Campo Largo (PR), com capacidade para 330 mil motores por ano, também abastece a produção de Betim, enquanto a unidade de Córdoba (Argentina), cujo limite é de 150 mil transmissões atende a produção local. Entretanto, com o agravamento da crise internacional em 2011, o plano foi postergado, cogitando até a possibilidade de importação dos motores, devido ao volume excedente do exterior, que não era absorvido pelos mercados.
Mas a recuperação do Grupo Fiat Chrysler no mundo, puxado pela montadora americana, fez a Fiat decidir pela antecipação da fábrica de motores, que ficaria para o futuro, após o início das atividades do complexo produtivo de Pernambuco, em 2014. Outro fator que influenciou na decisão foi a regulamentação do novo regime automotivo, o Inovar-Auto, que exige das montadoras habilitadas, como a Fiat, maior volume de investimento e conteúdo local.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou o anúncio: “Para nós é muito importante que no próximo ano o Brasil tenha um alto nível de investimento, nós temos que alcançar um crescimento de investimento da ordem de 8% em relação a este ano e os vários setores produtivos têm que colaborar e mostrar como nós vamos alcançar esta marca. Então é importante que a Fiat, que é uma das maiores empresas aqui no Brasil, está crescendo e está cumprindo um plano de investimento importante”, declarou o ministro ao Blog do Planalto.
MONTADORA JÁ CONTRATA EM GOIANA
No início deste mês, a Fiat começou o processo de contratação dos primeiros funcionários que vão trabalhar na unidade de Goiana (PE). Segundo informações do governo pernambucano, a montadora, em parceria com o Estado, iniciou o cadastramento para a contratação de 6.782 pessoas que vão passar por capacitação e trabalhar nas obras de construção da planta, onde está sendo realizada a terraplanagem.
Segundo o governo, a Fiat já assinou contrato com pelo menos dois funcionários, um engenheiro eletrônico e uma psicóloga, para a área recursos humanos. No caso do engenheiro, ele exercerá o cargo de analista de desenvolvimento de produto após fazer estágio na fábrica da Fiat em Betim (MG).
O governo informa ainda que além de Goiana, o cadastro abrange os municípios de Itaquitinga, Abreu e Lima, Aliança, Araçoiaba, Camutanga, Condado, Ferreiros, Igarassu, Itamaracá, Itambé, Itapissuma e Timbaúba.
“Estamos valorizando a mão de obra local, essa é nossa prioridade”, disse Belini em nota do governo de Pernambuco.
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