Por Jota Júnior
Conviver com a fuligem da cana faz parte da rotina dos moradores de Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, nesse período. O resíduo liberado na queima da cana-de-açucar - necessária para facilitar o corte manual da planta - forra os quintais, garagens, varandas e em algumas casas, todos os cômodos, principalmente na madrugada.
Para especialistas, o "pó da cana" é um dos principais responsáveis pelo agravo de doenças respiratórias e pela piora na qualidade do ar da cidade. "Meu filho de apenas seis anos, sofre com o problema. Ele tem falta de ar e sou obrigada a correr para o Hospital Belarmino para que ele tome inalação. Não aguento mais", desabafou a dona de casa Sônia Nunes Ferreira.
"Não podemos colocar uma roupa branca no varal, porque em poucos minutos fica completamente preta com o pó da cana-de-açúcar. Todo final de ano é a mesma coisa e ninguém faz nada pra acabar com isso”, destacou a dona de casa Quitéria Maria Barbosa, 65 anos.