22 dezembro 2012

Descaso: Goianenses sofrem com problemas respiratórios


Por Jota Júnior

Conviver com a fuligem da cana faz parte da rotina dos moradores de Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, nesse período. O resíduo liberado na queima da cana-de-açucar - necessária para facilitar o corte manual da planta - forra os quintais, garagens, varandas e em algumas casas, todos os cômodos, principalmente na madrugada.

Para especialistas, o "pó da cana" é um dos principais responsáveis pelo agravo de doenças respiratórias e pela piora na qualidade do ar da cidade. "Meu filho de apenas seis anos, sofre com o problema. Ele tem falta de ar e sou obrigada a correr para o Hospital Belarmino para que ele tome inalação. Não aguento mais", desabafou a dona de casa Sônia Nunes Ferreira. 

"Não podemos colocar uma roupa branca no varal, porque em poucos minutos fica completamente preta com o pó da cana-de-açúcar. Todo final de ano é a mesma coisa e ninguém faz nada pra acabar com isso”, destacou a dona de casa Quitéria Maria Barbosa, 65 anos.

Goiana é cercada por cana-de açúcar, matéria prima que por muitos anos foi o moinho da economia do município. Um problema que parece difícil de ser resolvido. Falta punição severa aos usineiros, que parecem não se importar com a saúde da população.

 
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