Desde que a Fiat anunciou a implantação de um fábrica em Pernambuco, em 2010, quase que todas as apostas do Governo para o sucesso do setor industrial do Estado voltaram-se para a montadora. E a gestão estadual conseguiu uma forma de economizar na atração do investimento da montadora, além de minimizar entraves da chegada de um empreendimento do tipo. A priori, ainda em 2010, com protocolo assinado para o investimento ser aplicado no Complexo Industrial Portuário de Suape, no Litoral Sul, seria mais um empreendimento bilionário no local e que iria piorar os já grandes problemas do Complexo, como acesso, congestionamento na chegada e na saída do trabalho, infraestrutura interna, entre os grandes impactos ambientais de receber uma unidade fabril de R$ 4 bilhões em terrenos longe do ideal.
Em 2011, a mudança para Goiana, proposta pelo Governo e acatada pela montadora, fez brilhar os olhos do povo da Mata Norte, em sentidos positivos e negativos. Com início da construção do canteiro de obras da fábrica, no que a própria montadora batizou de quartel general da Fiat, muitas promessas ficam mais próximas de se realizarem. Na prática, nada ainda expressivo. É uma etapa que promete empregar 100 pessoas a partir da próxima semana, quando a movimentação chega na metade. Em 17 de setembro, a obra começou com um tímido número: 15 homens.
De acordo com o secretário executivo de Projetos Especiais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (Sdec), João Guilherme Ferraz, na hora de oferecer outro local para a Fiat investir, Goiana tinha o perfil ideal. “Foi uma forma de interiorizar o desenvolvimento. Provocaríamos um novo polo de desenvolvimento, em uma região mais pobre. A Zona da Mata Norte ganharia mais uma forma de crescer”, colocou. Além disso, já que o Estado deu como contrapartida o gasto com a terraplanagem, foi uma excelente forma de economizar. “A terraplanagem em Suape era de R$ 360 milhões e a atual é de R$ 90 milhões em um terreno quatro vezes maior que o primeiro. Outro fator positivo foi o tempo de execução desta primeira etapa. Eram necessários 18 meses para a terraplanagem ser executada em Suape. Conseguimos, em Goiana, fazer em seis meses”, justificou.
Folha de Pernambuco