06 outubro 2012

Economia: Fábrica da Fiat em Goiana ganhará com regime automotivo

Novas regras para o setor vão beneficiar o empreendimento dos italianos em Pernambuco. Sede da empresa no Brasil garante cumprimento do cronograma

O novo regime automotivo beneficiará a fábrica da Fiat em Pernambuco, devido ao perfil do projeto. A montadora do grupo italiano, que já tem o canteiro de obras em construção, prevê, para Goiana, um centro de pesquisa e desenvolvimento e um grande número de fornecedores instalados em uma área próxima à da fábrica. São alguns dos principais elementos necessários para as empresas conseguirem benefícios fiscais dentro do Inovar-Auto, anunciado ontem.

A grande dúvida recai sobre o cronograma de construção da montadora – se a Fiat vai retardar novamente a fase de obras civis, da fábrica propriamente dita. Pelo calendário inicial, o investimento de R$ 4 bilhões começaria em abril passado. Mas apenas no último dia 17 o canteiro de obras começou a ser instalado.

Questionada sobre se haverá ou não novo atraso, a Fiat ignorou a pergunta do JC sobre o início das obras, apesar da grande expectativa em Goiana e nos municípios do entorno pelos 7.372 empregos na fase de construção. Ela cita apenas ao início da produção, antes previsto para março de 2014, mas agora sem menção a um mês específico. “O cronograma da fábrica da Fiat em Goiana permanece com expectativa de finalização em 2014, como já foi anunciado anteriormente”, diz, em nota.

Há uma semana, em entrevista ao JC, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), Luciano Coutinho, atribuiu a desaceleração de novos projetos do setor, como o da Fiat, a um misto de crise internacional e espera pelas novas regras. Na Bahia, a JAC Motors, um misto de capital brasileiro e chinês, anunciou a suspensão de um investimento de R$ 900 milhões até o anúncio das novas regras.

Para Ricardo Essinger, vice-presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), o novo regime não deve trazer nova alteração de prazos para a Fiat. “Pode haver alguma alteração de produto, de ferramental, mas a base de uma fábrica é feita para possibilitar a produção de vários modelos diferentes, por anos”, comenta Essinger.

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico, procurada pelo assunto, informou que caberia apenas à Fiat se pronunciar sobre o projeto.


Jc Online/Ne10
 
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