Pernambuco é o primeiro estado do Brasil a contar com um sistema de Disque Denúncia onde as informações podem ser repassadas também via internet. A implantação do novo sistema foi possível graças a uma parceria com o Núcleo de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que desenvolveu técnicas que garantem o anonimato dos usuários no site www.disque-denunciape.com.br. Um dos diferenciais é que os usuários poderão anexar fotos, vídeos e outros arquivos. A expectativa é que o número de denúncias aumente em 40% com a implantação do novo serviço, que começou a funcionar na segunda (10) à noite.
O lançamento aconteceu nessa segunda, na cidade do Agreste e, além da superintendente do Disque Denúncia no estado, Carmela Galindo, contou com as presenças do comandante da Polícia Militar, o coronel Luis Aureliano, do chefe da Polícia Civil, Osvaldo Morais, e outras autoridades. “O anonimato está garantido, pois as informações são enviadas para um servidor internacional dos mais seguros e depois não são guardadas. O acompanhamento dos casos segue sendo feito por telefone”, destacou Carmela Galindo. Segundo ela, esse desafio foi superado graças à parceria com o núcleo de informática, onde os técnicos desenvolveram os sistemas de proteção.
Ela explica que as informações são processadas no servidor internacional e seguem para o escritório central do Disque Denúncia, onde as denúncias são investigadas. Os usuários recebem um número de protocolo e podem fazer o acompanhamento dos casos por essa senha. O pagamento das recompensas segue os mesmos padrões do serviço feito por telefone. “Como as informações serão mais completas, contando com fotos e vídeos, por exemplo, as investigações vão ser mais rápidas. Além disso, as denúncias pela internet não têm fronteira”, pontuou Carmela Galindo.
O projeto vem sendo desenvolvido há cerca de um ano e entrou em fase de testes há três meses. De acordo com os técnicos, nesse período foram recebidas mais de 200 denúncias, uma delas veio da fronteira do Brasil com o Paraguai.
O técnico do Centro de Informática da UFPE, Edemilson Dantas, explicou que o processo de denúncia segue três passos básicos. Ao abrir a página na internet, o usuário tem acesso a informações de como o serviço funciona e escolhe o tipo de crime a ser relatado e a área onde ele ocorreu. No segundo passo, o denunciante faz um relato do fato, em uma caixa de texto, segundo um guia de perguntas a serem respondidas, como o endereço da ocorrência. Nessa etapa, ele também pode anexar fotos, vídeos e outros documentos.
O terceiro passo e dar detalhes sobre a ocorrência, como a hora, o tipo de arma ou o tipo de droga, conforme o caso, e informações sobre os acusados. O processo é finalizado com a geração de um número de protocolo, por onde o usuário pode acompanhar as investigações, agora através de telefone. “O anonimato é garantido, pois o endereço do computador, o IP da máquina, não é capturado e as informações não ficam armazenadas”, detalhou o Edemilson Dantas. Ele acrescentou que a operação é simples, mas é importante que o usuário leia as informações sobre o funcionamento do serviço, que aparecem logo que a página é aberta (no primeiro passo).
De acordo com o comandante da Luis Aureliano, a ideia do projeto nasceu durante uma reunião com a comunidade do distrito de Pão de Açúcar, em Taquaritinga do Norte. Durante as discussões, as pessoas sugeriram o uso da internet como forma de fazer denúncias. “A partir daí, fizemos várias reuniões para discutir como garantir o anonimato, o que até então não podia ser feito. A solução veio com a parceria com o Núcleo de Informática da UFPE”, contou Luis Aureliano. Já Osvaldo Morais enfatizou que com mais qualidade nas informações o trabalho de investigação será facilitado e será mais rápido.
Jornal do Commercio
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