21 julho 2012

Violência: Goiana teve mais crianças e adolescentes assassinados

Cidade é a 24ª mais violenta entre jovens de 0 a 19 anos. PE tem mais nove no ranking

Apesar de ter havido redução em Pernambuco no número de homicídios ocorridos entre os anos de 2000 e 2010, com relação aos jovens entre 0 e 19 anos, conforme revelou o Mapa da Violência 2012, divulgado esta semana pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cabela), o Estado tem dez municípios com mais de 20 mil habitantes dessa faixa etária entre os mais violentos do Brasil.

Goiana, localizada na Zona da Mata Norte, é a cidade pernambucana que aparece com a pior taxa de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), em 24º lugar, numa relação que contém 100 municípios. Conforme o estudo, em 2010, a taxa de homicídios na cidade foi de 44,9 para cada 100 mil habitantes. A segunda mais do Estado violenta era Recife (41,8, 31º do ranking nacional) e Santa Cruz do Capibaribe (37,1, 48º lugar), no Agreste, fica em terceiro em Pernambuco.

Em Goiana, a grande maioria dos moradores do município foram nascidos e criados no local. Alguns deles fizeram questão de falar sobre o assunto, já outros, amedrontados com a criminalidade no local, preferiram não se envolver. O artesão Gelbem José, 51, disse que já foi assaltado duas vezes na cidade. Ele foi um dos moradores que quis mostrar a situação a qual eles vêm enfrentando diariamente.

“A violência aqui está uma questão muito séria. Basta a gente sair do banco que já tem uma pessoa com um revólver lhe esperando do lado de fora. Eles levam carro, levam moto, celular, dinheiro, e não querem nem saber. Às vezes, saímos da garagem e nosso veículo já é levado, e trocado à preço de banana. Acho que cada vez mais a situação está ficando pior”, revelou.

O encarregado de obras Manoel Costa, 42, também foi outro morador que nasceu e reside na cidade até hoje. Ele afirma que a violência em Goiana vêm apresentando aumento. “A situação, hoje, vem passando por dificuldades em relação à segurança pública. Só neste ano, o meu filho foi assaltado três vezes aqui quando terminou de jogar bola e estava voltando para casa. Agora, sempre peço para ele jogar entre 18h e 20h porque não fica muito tarde. Acredito que com o crescimento da cidade, a tendência é que esse índice de violência só venha a aumentar muito mais”, declarou Manoel.

Folha de Pernambuco
 
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