A dragagem do Rio Goiana, em Goiana, na Mata Norte, revela o quanto as cidades dão as costas para os nossos cursos d’água. Cerca de 20% do que se retira do fundo do rio é lixo. O restante é lama. O percentual de lixo representa 4.200 metros cúbicos de resíduos, quantidade suficiente para se encher cerca de 420 caçambas. No meio dos resíduos, há eletrodomésticos, brinquedos, garrafas plásticas e de vidro, roupas e móveis.
“Encontramos sofá, cadeira e até guarda-roupa”, detalhou a coordenadora da dragagem, a engenheira civil Rose Santos. A limpeza do rio está sendo feita em um trecho de 1.700 metros nas proximidades dos bairros Baldo do Rio e Curtume, em Goiana. Duas dragas retiram resíduos equivalentes a cerca de 100 caçambas por dia.
Desde junho, quando a Secretaria Estadual da Casa Militar deu o aval para o começo das obras, 21 mil metros de cúbicos de lixo e lama foram retirados do rio. A meta é dragar, até setembro, 36.140 mil metros cúbicos.
Com isso, completou Rose Santos, o nível do rio deve ficar até seis metros mais baixo, o que deve reduzir o risco de enchentes.
Mas o Goiana pede mais. Os sinais de poluição e assoreamento podem ser vistos ao longo do rio, cuja bacia se estende por 26 municípios.
Diário de Pernambuco