Máquinas ainda fazem terraplanagem, mas população já está se qualificando pensando em trabalhar na fábrica
Na cidade da cana-de-açúcar, só se fala em indústria automotiva. A Fiat ainda não começou as obras de sua fábrica em Goiana, no Litoral Norte, mas já mudou a vida e o modo de pensar de milhares de pessoas no município, parte principal do novo motor econômico de Pernambuco. A expectativa pela Fiat fez o mercado imobiliário disparar, cortadores de cana enveredarem pela construção civil, empresas grandes e pequenas investirem em novos negócios e o principal: famílias acreditarem em um futuro melhor para os filhos do que cumprir a sina de pobreza de seus pais.
Desde quarta-feira (13), os principais executivos da Fiat e jornalistas de todo o Brasil estão no Recife, onde ficam até amanhã para lançar nacionalmente novos modelos da marca. É o primeiro grande evento comercial da montadora no Estado, desde o anúncio dessa indústria gigante, que vai empregar até 7 mil pessoas na construção da fábrica e 4.500 quando ela começar a funcionar, em março de 2014, sem falar nas dezenas de fornecedores.
O investimento italiano de R$ 4 bilhões é um novo marco de estrangeiros na história de Goiana, famosa pelas Heroínas de Tejucupapo, que, em 1646, evitaram que os holandeses saqueassem a cidade. Na linha de frente dessa nova história está a estudante Leandra de Santana dos Santos, 18 anos, filha de uma doméstica que sustenta a jovem e seus dois irmãos. Leandra estuda eletrotécnica no Programa Nacional de Acesso à Escola Técnica (Pronatec) Automotivo.
A expectativa pela Fiat fez o mercado imobiliário disparar, cortadores de cana enveredarem pela construção civil, empresas grandes e pequenas investirem em novos negócios
A expectativa pela Fiat fez o mercado imobiliário disparar, cortadores de cana enveredarem pela construção civil, empresas grandes e pequenas investirem em novos negócios
JC Online