Nos últimos 15 dias, 5 megaempreendimentos foram anunciados para o estado, reunindo desde shoppings a hotéis
As “cidades” planejadas invadiram Pernambuco. Só nos últimos 15 dias, cinco megaempreendimentos deste tipo – que reúnem em um só local shoppings, hotéis, imóveis residenciais e lotes comerciais, – foram lançados no estado. Dentre eles, dois deverão ser construídos em Goiana, um no Cabo, um em Ipojuca e um em Camaragibe. O maior projeto é o Convida Suape, que será construído no Cabo de Santo Agostinho e terá 500 hectares. O segundo, cuja área está sendo especulada em 400 hectares, será instalado na Zona da Mata Norte, sob o nome Cidade Atlântica.
O empreendimento será vizinho do Northville, primeira cidade planejada da Mata Norte que terá 13 edifícios, 12 hotéis, hospitais, escolas, faculdades e um shopping center, tudo isso distribuído em 50,4 hectares. Outra área planejada ficará no município de Ipojuca, com 230 hectares e investimentos previstos da ordem de R$ 5 bilhões. Por fim, o município de Camaragibe também abrigará um megaempreendimento com base no conceito mixed use, que terá 37 hectares. A estimativa de investimentos dos cinco projetos gira em torno de R$ 20 bilhões que serão aplicados nos próximos cinco anos.
André Python, diretor da Cyrela no Nordeste, adianta que a cidade da construtora, em parceria com a Queiroz Galvão, em Ipojuca, terá produtos para todos os tipos de público. “A ideia é formar uma cidade de verdade, com moradores de todas as faixas de renda”, explica. Segundo ele, além de parcerias com a iniciativa privada para a instalação de bancos, faculdades, supermercados, hotéis e shoppings dentro do empreendimento, as empresas disponibilizarão espaços para a construção de equipamentos públicos dentro da “cidade” como hospitais, escolas.
O projeto de Antônio Carrilho em parceria com a A.B Côrte Real, Romarco, Casa Grande Engenharia, Consulte Engenharia e MASF está adiantado. A cidade será a primeira planejada em Camaragibe. Os detalhes do empreendimento serão divulgados hoje. “O primeiro passo é um shopping, que será erguido na antiga fábrica da Braspérola”, detalhou Carrilho.
Já o Convida Suape, da Cone, será lançado na terça-feira no Cabo e terá capacidade para 100 mil habitantes. Até lá, nenhuma informação será adiantada. A mesma postura da Queiroz Galvão que junto ao Grupo Cavalcanti Petribu, GL Empreendimentos e Moura irá lançar a Cidade Atlântica apenas dia 21. O que se sabe do projeto é que ele ficará ao lado do polo automotivo de Goiana.
De olho no desenvolvimento
A ousadia da instalação deste conceito de cidade em Pernambuco se deve às perspectivas dos empresários em relação ao desenvolvimento do estado, alavancado na última década pelo polo industrial de Suape e, mais recentemente, pelo polo de Goiana e a Cidade da Copa. A expectativa é que além de infraestrutura e mobilidade, a presença dos polos represente trabalhadores atrás de imóveis próximos aos seus empregos. Por trás dos projetos, nomes de grandes construtoras como a Moura Dubeux, Cone, Queiroz Galvão, Carrilho, Cyrela e AWM Engenharia, se unem a empresas de outras áreas como a Moura Baterias, Usina Ipojuca, e o grupo Petribu em busca de terrenos grandes o suficiente para os empreendimentos.
“Temos que aproveitar a oportunidade e oferecer imóveis para todos”, explica o presidente da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PE), Eduardo Moura. Segundo ele, esta é uma tendência que deve se consolidar nos próximos anos em todo o estado. “Acho que outros projetos devem surgir no interior de Pernambuco, em cidades como Salgueiro, que terá um ramal da Transnordestina e Caruaru.”
Para Tamar Lima, gestor de regulação e ordenamento espacial da Agência Condepe/Fidem, os projetos irão atrair um grande público por causa da mobilidade, equipamentos urbanos diversificados, extensas áreas verdes, segurança e ordenamento. “As ruas serão de acesso livre à população, pois isso é lei e vamos fiscalizar”, diz.
Diário de Pernambuco