18 março 2012

Política: Rejeição, ataques e oportunidade em Goiana

O clima eleitoral é tão acirrado em Goiana que o prefeito Henrique Fenelon (PCdoB) perdeu o apoio dos dez vereadores da Câmara e rompeu, “de forma irreversível”, como ele mesmo diz, com o PSB local. Nesse contexto, o discurso do bloco oposicionista anda fazendo tanto efeito que, ao chegar à cidade, as pessoas param o carro da reportagem para falar, espontaneamente, sobre os problemas – um alerta de desvantagem.

Henrique Fenelon atribui o aumento dos ataques oposicionistas às promessas de crescimento do município que, segundo ele, será um dos mais influentes da região e pode chegar ao terceiro maior PIB de Pernambuco até 2014, perdendo apenas para Recife e Ipojuca. Mas os adversários exploram outros argumentos para convencer o eleitor.

Ex-aliado do comunista, o deputado estadual Aluísio Lessa (PSB) revela que o próprio prefeito admitiu, numa conversa com ele, ter uma rejeição de 75% do eleitorado. “Se eu fosse candidato, ele poderia até me apoiar, mas não subiria no palanque, porque faz uma gestão desastrada. Você anda por Goiana e não vê uma obra”, disparou o deputado, ressaltando ter desistido da candidatura em favor  do vereador Carlos de Joca (PSB), nome apoiado pelo governador Eduardo Campos.

O prefeito retribui os ataques, por sua vez, chamando Aluísio Lessa de ingrato. Lembrou ter sido decisivo na sua eleição para deputado e que até pensou em lançá-lo como sucessor.

Prefeito e adversários estão a postos, aliás, para armar os palanques. O prefeito vai apoiar Henrique Neto (PCdoB), que é atual secretário de Obras. O PTB vai lançar Fred da Caixa, o PSD aposta no ex-prefeito Osvaldo Rabelo e o minúsculo PRTB sonha com a vitória do Sargento Menezes. E haja candidato governista, brotando fácil (ainda) como a cana-de-açúcar.

Diário de Pernambuco
 
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