Goiana – Enquanto as obras civis da CBVP e da Fiat estão para começar, as da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) estão a todo vapor. Quando a reportagem visitou o canteiro, no fim de fevereiro, 50 caminhões estavam despejando nada mais, nada menos que 675 toneladas de concreto nas bases dos blocos B-03 e B-04, onde vão funcionar, respectivamente, o envase e a rotulagem/empacotamento dos produtos.
Segundo o gerente de engenharia da Hemobrás, Marcelo Carrilho, a primeira fase da planta industrial foi concluída e o bloco B-01, que abriga a câmara fria a –35°C, está em fase de qualificação das salas limpas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Esse processo será finalizado em julho, quando poderemos começar a receber os caminhões com o plasma que será estocado”, conta.
Os demais blocos estão em fase de edificação. Os principais são o B-02, onde ocorrerá o fracionamento do plasma, o B-05, que fará a expedição dos produtos e o B-06, onde funcionará o laboratório de controle de qualidade da fábrica, além dos já citados B-03 e B-04. O laboratório, de acordo com Carrilho, ficará pronto em junho de 2013, permitindo à Hemobrás rotular os medicamentos produzidos pelo LFB, laboratório francês parceiro do empreendimento, enquanto a fábrica não fica pronta. “A partir daí já seremos uma indústria”, observa o engenheiro.
A fábrica da Hemobrás, fruto de um investimento de R$ 670 milhões, deverá estar apta a funcionar em 2014. Até lá, o contingente de pessoas envolvidas na obra poderá chegar a 700, pois entra a fase de montagem eletromecânica. Atualmente, são cerca de 200 empregos diretos. Gente como Francisco de Assis Farias de Freitas, 44 anos, filho de Goiana com formação superior em matemática, que conseguiu trabalho no setor de recursos humanos.
“Nasci na Ilha de Itapessoca, passei quase um ano parado e no fim de 2010 apareceu a Hemobrás. Acho isso muito interessante porque sei que depois dela virão outras. Com certeza, a vida da gente já está melhorando”, depõe Francisco.
Mas as oportunidades não se limitam a Goiana. Municípios vizinhos, até mesmo da Paraíba, também estão se beneficiando com a construção da fábrica. Denise Bezerra Braga, 27, e Marilene da Silva Maciel, 38, são de Caaporã (PB) e conseguiram trabalho como ajudantes de armador. Uma atividade tipicamente masculina que elas desempenham com competência. “Estamos competindo com os homens”, constata Marilene, que antes trabalhava como frentista. “É difícil, mas dá para se adaptar”, opina Denise, feliz por ter conseguido seu primeiro emprego.
Diário de Pernambuco