Goiana – Um pouco mais afastada do centro, a rodovia PE-75, que liga Goiana a Itambé, está se transformando em um longo corredor de comércio e serviços. A impressão que dá é que a cada dia, a cada hora, surge um novo self service, pousada ou loja no local. Quem já possui um negócio está ampliando. É o caso da Pousada Devaneios, que está passando por uma reforma que vai dobrar o número de apartamentos, de 22 para 45.
O proprietário da pousada, Willmanes Duarte da Silva, informa que está investindo R$ 300 mil na reforma. “Tenho uma ocupação média anual de cerca de 40%, mas tem muito fim de semana em que isso aqui lota”, explica. A diária do estabelecimento, que existe há oito anos e costuma hospedar bandas de forró e brega, saltou de R$ 80 para R$ 120 nos últimos quatro meses.
Localizada no centro, a Pousada Marinho também está sendo ampliada. De 30, vai passar para 55 apartamentos. O proprietário, Joselito Marinho da Silva, conta que hospeda muitos gerentes e engenheiros dos consórcios e construtoras que estão tocando as obras da Fiat e da Hemobrás. O valor das diárias subiu 30% nos últimos oito meses.
De olho no crescimento também do litoral, Joselito abriu uma filial na praia de Pontas de Pedra, inaugurada em dezembro. “Felizmente, comprei a casa em abril. Hoje eu não conseguiria comprá-la porque os preços mais que triplicaram por causa da Fiat”. A taxa de ocupação da Pousada Marinho em janeiro e durante o carnaval chega a 100% e o empresário acredita que terá o mesmo sucesso na praia.
Um entrave ao crescimento da cidade é o atual plano diretor, que está sendo revisto. “O plano como está hoje dificulta, por exemplo, a verticalização de edifícios. Como temos recebido propostas de grandes redes interessadas em implantar aqui hotéis cinco estrelas, estamos enviando algumas modificações urgentes à Câmara Municipal. Mas o plano terá que ser revisto como um todo”, diz o presidente da Agência de Desenvolvimento de Goiana (AD-Goiana), Rodrigo Augusto de Oliveira.
Outro problema, Rodrigo admite, é que 90% dos terrenos da cidade eram terras de usinas e não possuem escritura, apenas recibo de compra e venda. Rodrigo enfatiza que a preocupação do governo é que o crescimento de Goiana não se dê de forma desordenada, como ocorreu, por exemplo, em Betim (MG), onde a Fiat está instalada desde 1976. “Queremos evitar a favelização, até porque hoje já temos um déficit habitacional entre seis mil e sete mil moradias’, finaliza. (M.B.)
Diário de Pernambuco