Representantes da ONU estiveram nesta terça-feira pela manhã na sede da Força Sindical no Recife, para conhecerem detalhes do Programa de Responsabilidade Empresarial, Desenvolvimento e Sustentabilidade (REDS) e o PAD (Plano de Ação em Desenvolvimento), para o desenvolvimento sustentável de Goiana (PE) e adjacências, de iniciativa da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), em parceria com a Força Sindical de PE, MPPE, ADVBPE, BNDES, Governo de PE e UPE (através do IAUPE – Instituto de Apoio à Universidade de PE).
O diretor do Programa HABITAT da ONU no Brasil, Erik Vittrup, e a assessora principal do programa, Eliane Faerstein, estiveram no auditório da sede da Força Sindical, no Recife, onde participaram de palestra pela manhã sobre o REDS e o PAD.
O HABITAT é um Programa de Las Naciones Unidas Para Los Asentamientos Humanos, cuja sede para toda a America Latina fica localizada no Brasil (no Rio de Janeiro). Faz parte de uma das 89 agencias de desenvolvimento em diversas áreas que a ONU mantém no mundo todo.
“Recebemos o convite da Frente Nacional dos Prefeitos para vermos o impacto físico e social causados em Suape e, principalmente, para vermos a situação da implantação da fábrica da Fiat e de outras fábricas em Goiana, para sabermos como nós (do HABITAT) podemos apoiar e pensar juntos, com todos, no trabalho em relação ao impacto desses grandes empreendimentos nesses municípios pernambucanos”, ressaltou Eliane.
“A análise que fazemos nas Nações Unidas é que o mundo já conhece este modelo de desenvolvimento econômico, que se torna prejudicial às cidades. É importante (inclusive para a imagem da Fiat) que o impacto social seja positivo, gerando desenvolvimento sustentável. A iniciativa deste projeto é super interessante, no sentido de unirmos esforços, para repensarmos a idéia de cidades. O que notamos é que a concepção e a forma de implantação deste modelo em Goiana não está clara. Vemos tendo conversas preliminares com a FNP e com a Força, e notamos que o momento de discutir a cidade é agora, e não depois dos investimentos feitos e implantados, como ocorreu em Suape", observou o executivo, em um tom crítico.
"Temos de pensar qual o modelo de cidade que queremos para Goiana e região. Estamos acompanhando diversos modelos em vários países, com fenômenos parecidos com o que vive o Recife, em países da África, além da China, Tailandia, e outros. E já foi comprovado que esses modelos de industrialização (que vem ocorrendo nos EUA e em vários países do mundo), nas décadas de 70 a 90, é complicado, perigoso e não gera qualidade de vida para as pessoas” explicou Erik Vittrup.
Para o presidente da Força Sindical em Pernambuco, Aldo Amaral, este é o momento certo de discutir Goiana e não depois que seja tarde demais, como aconteceu com Suape.
“Estamos lançando hoje aqui um programa que visa a qualidade de vida do cidadão, não apenas do trabalhador. Não podemos deixar que essas obras se instalem e destruam nosso eco-sistema e o meio-ambiente. Se não tomarmos uma iniciativa agora, vai acabar acontecendo o que houve em Suape e em Betim-MG. Por falta de planejamento, houve um crescimento urbano desordenado nessas regiões, com favelização e marginalização da população destas cidades. O REDS vem trazer um estudo e procura priorizar e discutir estas questões. Claro que nós queremos emprego, mas, também queremos Sustentabilidade e crescimento ordenado” ressaltou Aldo Amaral.
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