Empresa já comprou equipamentos que farão modelo inédito no segmento. Fábrica em Goiana é a segunda unidade da montadora no país e deve ficar pronta em 2014.
A Fiat Automóveis está acelerando o projeto de sua nova fábrica em Goiana, em Pernambuco. A montadora já comprou as prensas e agora está definindo qual modelo será produzido nas novas instalações.
O presidente da Fiat para a América Latina, Cledorvino Belini disse ao Brasil Econômico, que a linha abrigará um modelo inédito, um compacto de entrada, o segmento mais vendido no país.
"Para sermos competitivos não se pode trabalhar somente com veículos de nicho. Temos que ter plataformas de volume e completar o portfólio com importação. Por isso, o plano é um carro dentro dessa estratégia", afirmou Belini.
Goiana sediará a segunda fábrica da Fiat no Brasil. A unidade ficará pronta em 2014 e terá capacidade para produzir 250 mil unidades por ano.
Portfólio
A Fiat tem produtos em todos os segmentos, mas tem tradição e é competitiva em carros de grande volume de vendas. Hoje, de acordo com informações da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 55% dos veículos vendidos no Brasil pertencem a essa categoria.
"Hoje, temos cinco modelos que competem nesse segmento e é um tipo de produto que terá mercado por muito tempo. A classe C está sedenta por novidade e continuará sendo o maior mercado", acrescentou o executivo.
A Fiat, líder de vendas no país, tem em portfólio os modelos de entrada Mille Fire, Novo Uno, Palio Fire, Novo Palio e Punto. "São carros mais baratos, mas nem por isso com pouca tecnologia.O consumidor agora quer itens que antes eram considerados de luxo."
De acordo com Belini, nos últimos tempos tem havido uma elevação na curva de interesse por itens de segurança nos carros.
"Já vejo as pessoas mais preocupadas com a eficiência enérgica, e buscam automóveis mais econômicos e mais seguros. Agora, freios ABS já não são opcionais desprezados. Tampouco os air bags. As pessoas estão mais propensas a optar por esse tipo de equipamento", disse o presidente da Fiat.
Competição chinesa
Belini disse ainda que em razão do amadurecimento do consumidor brasileiro, o país deve atrair mais cinco ou seis fabricantes. Segundo ele, o Brasil é o país do BRICs (formado também por Rússia, Índia, China e África do Sul) com a indústria mais estruturada e, por isso, é a menina dos olhos de todos aqueles que querem aumentar a presença no mundo.
"O Brasil tem uma indústria de mais de 50 anos. Temos aqui centros de desenvolvimento de produtos e agora o mercado está crescente. Mas temos que aumentar as vendas e a produção também, pois, ai corremos o risco da desindustrialização", afirmou o executivo.
Segundo ele, o decreto que aumentou o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) foi um freio para aqueles competidores que vieram aqui somente para especular. "Agora, quem ficar terá que competir de igual para igual. Vamos jogar o mesmo jogo com as mesmas regras. É isso que o governo fez", disse o executivo.
Brasil Econômico