A divulgação do calendário e de todo o passo a passo da capacitação de mão de obra para a construção da fábrica da Fiat, em Goiana, será divulgado apenas no próximo dia 30. Assim, não haverá mais início do cadastramento este mês. A decisão, divulgada ontem, de adiar o detalhamento de como e onde serão treinados os trabalhadores e como essas pessoas serão cadastradas foi tomada em conjunto pelo Estado e pelo grupo italiano.
Há dois meses o governo vem discutindo tecnicamente como preparar, até março que vem, milhares de trabalhadores para construir a fábrica de R$ 4 bilhões da Fiat em Goiana. Mas na última quarta-feira, o vice-governador João Lyra Neto procurou a imprensa para anunciar que o cadastramento começaria ainda este mês. O problema é que ele divulgou datas que na verdade ainda não estavam acertadas pelos técnicos do governo e da Fiat.
Mas, na prática, ainda há uma série de decisões a serem tomadas. “Estamos montando uma estratégia de guerra para uma operação de paz”, repetiu ontem o secretário de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo, Antônio Carlos Maranhão.
O secretário já usou a frase outras vezes. O bordão sintetiza a complexidade e o esforço de preparação do pessoal, que envolve uma série de ações em frentes diferentes.
“Precisamos planejar com antecedência e prevenir acontecimentos, como a migração de pessoal sem qualificação para aquela região, como aconteceu em Suape”, afirmou Maranhão. Ele enfatiza que prefere não antecipar o detalhamento de como as pessoas podem se cadastrar para, no dia 30, divulgar tudo de uma só vez. Assim, evitam-se choques de informação.
A quantidade de municípios pernambucanos envolvidos na capacitação cresceu. Agora serão 13 e não apenas 12 como divulgado antes. Araçoiaba foi adicionado a uma lista em que já constavam Abreu e lima, Aliança, Condado, Camutanga, Ferreiros, Goiana, Igarassu, Itamaracá, Itambé, Itapissuma, Itaquitinga e Timbaúba.
A secretária executiva de Trabalho e Qualificação, Ângela Mochel, explica que as cidades estão distribuídas em dois eixos de transporte, o norte-sul, de Abreu e Lima a Goiana, e o leste-oeste, entre Goiana e Timbaúba.
“Do canteiro de obras até um desses municípios, se leva menos tempo para se deslocar do que um morador que sai do Vasco da Gama para Piedade”, comenta o secretário.
A logística também deve levar em conta a distribuição dos cursos, com 22 formações diferentes e carga horária entre cem e 200 horas-aula. A tarefa caberá ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Nessa etapa, tudo é contado aos milhares. Afinal, a estimativa é de que as obras envolvam 7 mil trabalhadores, no pico.
“Além das responsabilidades de logística, dos lanches para todo esse pessoal, estudamos a possibilidade de dialogar com programas federais, como o Bolsa-Família, para aumentar o alcance social da capacitação. O desenvolvimento só tem sentido se beneficiar as pessoas da região. Nós temos tempo para isso e a colaboração da empresa”, resume o secretário.
Secom Goiana
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