A Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), estatal do Ministério da Saúde, assinou, em 4/10, contrato de incentivo com o Centro Regional de Hemoterapia de Ribeirão Preto (Hemocentro RP), em São Paulo, para a melhoria da quantidade do plasma com qualidade industrial. A iniciativa visa ao aperfeiçoamento dos processos de produção, qualificação e armazenagem do plasma sanguíneo por parte do hemocentro. Este hemocomponente é a matéria-prima para os medicamentos que a Hemobrás irá produzir, a partir de 2014, na sua fábrica, em construção em Pernambuco. Desde julho passado, já foram firmadas parcerias com os serviços de hemoterapia de Brasília, Minas Gerais (Hemominas), Pernambuco (Hemope), Bahia (Hemoba), Rio de Janeiro (Hemorio), São Paulo (Pró-Sangue e Colsan) e Santa Catarina (Hemosc). Até o fim do ano, 110 estabelecimentos serão beneficiados.
A assinatura do contrato aconteceu no próprio Hemocentro RP e contou com a presença do presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho; da chefe de Gabinete da estatal, Heloiza Machado; do diretor-presidente do hemocentro, Dimas Covas; e do assessor da Presidência do serviço, Ricardo Haddad. A Hemobrás não pagará pelo plasma, o que é terminantemente proibido pela Constituição Federal (parágrafo 4° do artigo 199). A empresa repassará de R$ 20 a R$ 38 para cada litro do insumo que estiver em condições industriais, recursos que poderão ser empregados na compra de maquinário, manutenção de equipamentos, contratação de mais profissionais, além da melhoria do controle da qualidade do plasma.
Com o aumento da qualidade, haverá uma ampliação do volume do plasma para o processo fabril da Hemobrás. Atualmente, os serviços de hemoterapia coletam 3,6 milhões de doações de sangue por ano no país, resultando em 150 mil litros de plasma com qualidade industrial, que já são repassados à estatal, que temporariamente remete este plasma para produção dos hemoderivados no exterior até que sua fábrica entre em operação em 2014. No primeiro ano de contrato com os 110 serviços de hemoterapia, a Hemobrás espera ampliar em 20% este total de 150 mil litros. Dentro de três anos, a expectativa é atingir 300 mil litros de plasma/ano, volume ideal para que a fábrica em Pernambuco comece a operar, pois sua capacidade máxima chegará a 500 mil litros de plasma/ano.
Enquanto a fábrica não fica pronta, a empresa brasileira envia este hemocomponente para transformação em hemoderivados no Laboratório Francês de Biotecnologia (LFB), na França, seu parceiro de transferência de tecnologia. Uma vez elaborados, os medicamentos albumina, imunoglobulina e fatores de coagulação VIII e IX são enviados de volta ao Brasil, onde ocorre a distribuição no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de milhares de pessoas com hemofilia, imunodeficiência primária, câncer, Aids, cirrose, entre outras doenças. Quando a planta industrial brasileira entrar em operação, todo esse processo será assumido pela Hemobrás, incluindo a produção de fator de von Willebrand e complexo protrombínico.
Assessoria de Imprensa da Hemobrás