O polo farmacoquímico de Goiana produzirá vacinas e medicamentos, e vem com a promessa de desenvolvimento de um novo setor em Pernambuco. Mas o novo centro de tecnologia e produção também abriu espaço para a beleza, o mundo dos cremes, loções e outros produtos para quem gosta de se cuidar. É outro efeito do avanço da renda no Nordeste, que atrai fábricas de todos os portes. Das oito indústrias anunciadas para o polo farmacoquímico, três são da área de cosméticos, um setor com vendas no comércio tradicional e no conhecido porta a porta
Os cosméticos aos poucos têm se desenvolvido em Pernambuco, com atração de outras empresas. Em Abreu e Lima, por exemplo, há dois anos a Hair Fly Cosméticos do Brasil, do Rio de Janeiro, abriu sua fábrica nordestina. A diferença em Goiana é a instalação de três indústrias do ramo vizinhas, um investimento somado de R$ 54 milhões, com um total de 635 empregos. Duas delas são pernambucanas e novatas na área.
A Vita Derm, de São Paulo, é a maior das três. Investirá R$ 28 milhões e criará 350 empregos diretos. Segundo a empresa, sua vinda está associada diretamente à logística, com redução de custos para a distribuição no Nordeste e Norte.
A companhia prefere não divulgar seus números de mercado, mas informa que seus principais canais de venda são profissionais da beleza e sua rede de franquias, com 240 lojas por todo o País. A Vita Derm separa seu catálogo justamente entre profissionais e clientes. O catálogo é enorme, com produtos faciais, corporais, perfumaria e de bem-estar.
Para se adaptar a uma estratégia de mercado muito utilizada por concorrentes, a empresa vai lançar mão de um novo canal, especialmente no Nordeste: as vendas diretas. A Avon e a Natura já têm tradição na área, que começa a ser desbravada pela Boticário através de sua nova marca, a Eudora. A Vita Derm entrará em breve nesse campo de batalha.
O sistema porta a porta começará em meados de novembro de 2011, informa a empresa, por meio de sua assessoria de imprensa.
As outras duas empresas a investir em cosméticos em Goiana são pernambucanas, a Imbesa Indústria de Beleza, com R$ 6 milhões em investimentos e 105 empregos, e a Cosméticos Indústria e Comércio, com um aporte de R$ 20 milhões e 180 vagas.
Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper), Márcio Stefanni, os dois investimentos são de grupos pernambucanos estreantes na área e ainda apresentarão seu plano de negócios ao governo, formalmente. Eles produzirão artigos semelhantes aos concorrentes, generaliza o Stefanni.
O anúncio oficial das duas estreantes sequer foi feito pelo governo estadual e deverá ocorrer em um mês, conta Márcio.
Por Giovanni Sandes
Jornal do Commercio