31 agosto 2011

Mais médicos para o interior do País

Garanhuns – Este município, no Agreste, serviu de cenário para a presidente Dilma Rousseff (PT) anunciar, ontem, a criação do primeiro Plano Nacional de Educação Médica, que pretende aumentar em 4,5 mil, por ano, o número de médicos formados no país. O projeto vai ser lançado em outubro. A presidente escolheu a cidade agrestina, a 228 quilômetros do Recife, para embalar a agenda positiva do seu governo e mostrar que não ficou engessada por conta das denúncias de corrupção que derrubaram quatro ministros. A medida foi divulgada pela presidente durante aula inaugural para alunos do primeiro curso de medicina da Universidade de Pernambuco (UPE) na região. A primeira turma tem 40 estudantes, sendo 30 deles do interior pernambucano.

A presidente citou Garanhuns como exemplo de interiorização e se comprometeu em ampliar o desenvolvimento para outras cidades. No momento mais intimista com o público, ela pediu aos estudantes que não deixassem o interior depois da formatura. “Existem estudos que mostram que o médico procura se estabelecer na região onde estudou. Por isso me atrevo a fazer o convite para que vocês criem laços aqui, façam amigos, namorem e casem. Ajudem a transformar esta região e esta cidade em um polo de excelência em saúde”, declarou, arrancando sorrisos e aplausos do público, até então mais silencioso.

Segundo a presidente, dentro de um mês, os ministérios da Educação e da Saúde devem detalhar o projeto, cujo investimento não foi revelado. “Estamos adotando uma estratégia para que os brasileiros possam ter acesso à saúde pública de qualidade e humanizada. Uma das nossas dificuldades é o reduzido número de médicos. No Nordeste, por exemplo, concentram-se 28% da população brasileira e apenas 17% dos médicos. Mas eu já determinei aos ministros que preparem este plano, porque ele vai incluir não só a expansão da graduação, mas da assistência médica”, observou.
Dilma prometeu incentivar e premiar os profissionais que se dedicam ao Sistema Único de Saúde. “Estamos tomando medidas concretas de estímulos às regiões e ao interior. Ofereceremos vantagens, abatimentos para os profissionais que se dedicarem ao SUS”, revelou, citando descontos para alunos que usarem o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) e maiores pontuações nas residências para aqueles que satisfaçam as demandas do SUS.

O governador do estado, Eduardo Campos, voltou ao passado para justificar a importância da implantação do curso. Nos idos de 1970, segundo ele, havia 500 vagas de medicina no estado, quando a população era de cerca de 5 milhões de habitantes. “Hoje temos 9 milhões de pernambucanos e apenas 290 vagas. Já avançamos com a Univasf e com a autorização para implantação de uma faculdade particular. Agora temos as vagas de Garanhuns”, citou. 

Diário de Pernambuco
 
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