Sendo construída com a capacidade de processar, a cada ano, 500 mil litros de plasma para produção de medicamentos, a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) tem o desafio de elevar consideravelmente o fornecimento desse item para sua planta. Hoje, os hemocentros brasileiros são capazes de fornecer 150 mil litros de plasma. Para resolver essa questão, o comando da Hemobrás assinou ontem um contrato de incentivo com a Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). Segundo o presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho, a expectativa é a de que, em um ano, sejam repassados ao Hemope R$ 300 mil para estruturar a fundação na produção de plasma com o padrão exigido pela indústria. A fábrica deve operar em 2014.
Os recursos da parceria serão aplicados na compra de maquinário, manutenção preventiva de equipamentos, contratação de mais profissionais, além da melhoria do controle da qualidade do plasma. Esse hemocomponente é a matéria-prima para os medicamentos que a Hemobrás irá produzir.
“O Hemope é, talvez, um dos melhores hemocentros do Brasil. Mas tem dificuldades de custeio. O valor vai ajudar a enfrentar questões básicas que os hemocentros enfrentam: capacitação de pessoal para coleta de sangue e investimento em tecnologia para armazenar o plasma”, comenta Maciel.
Na próxima semana, a estatal fechará parceria com a Bahia. Desde julho deste ano, cinco serviços de hemoterapia de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná já foram beneficiados com o mesmo tipo de contrato. O Hemope é o primeiro no Nordeste. Até o fim deste ano, 120 hemocentros deverão ser parceiros da estatal.
Atualmente, estes serviços de hemoterapia coletam 3,6 milhões de doações de sangue por ano no País, resultando em 150 mil litros de plasma com qualidade industrial, que já são repassados à Hemobrás. A diferença é que, até então, as unidades não recebiam contribuição nos custos deste complexo processo, o que agora será possível devido ao apoio do Ministério da Saúde. Com isso, a Hemobrás repassará às instituições de R$ 20 a R$ 48 para cada litro do insumo. Estiveram na assinatura de ontem a secretária executiva de Coordenação Geral da Secretaria Estadual de Saúde, Ana Paula Sóter, o presidente do Hemope, Divaldo Sampaio, e Mozart Sales, assessor do Ministro da Saúde, além do próprio Romulo Maciel.
No primeiro ano de contrato com os 120 serviços de hemoterapia, a Hemobrás espera ampliar em 20% os 150 mil atuais. Dentro de três anos, a expectativa é atingir 300 mil litros de plasma/ano, volume ideal para que a fábrica operar no ritmo projetado.
Fonte: Jornal do Commercio