GOIANA (PE) - A comemoração do anúncio da vinda da montadora italiana Fiat para este município do Litoral Norte de Pernambuco ganhou tom de pré-campanha eleitoral na tarde desta terça-feira (9). O prefeito da cidade, Henrique Fenelon (PCdoB), diz que sequer se lançou pré-candidato, mas seu discurso apresentou críticas ao deputado estadual Betinho Gomes (PSDB), comparações de sua gestão com a dos antecessores, e respostas para críticas feitas pela população.
A festa começou à tarde, na rua onde estão localizadas a prefeitura e a Câmara de Vereadores. Adesivos com a frase "A Fiat é nossa!" e o símbolo da montadora e da Prefeitura eram distribuídos à população. Na cidade, o dia foi de ponto facultativo.
Um carro de som convocava todos para a apresentação da banda da cidade e de grupos de caboclinho e maracatu. À noite ainda haverá shows de bandas de forró.
Em frente ao prédio da Prefeitura, acompanhado pela deputada federal Luciana Santos (PCdoB) e do deputado estadual Aluísio Lessa (PSB), Fenelon começou sua fala criticando, sem citar nomes, Betinho Gomes, deputado pelo Cabo de Santo Agostinho, município que perdeu o investimento da montadora. Em entrevista, após a cerimônia, ele confirmou que se referia ao tucano e reforçou as críticas. "Ele quis fazer, porque a Fiat não ficou no Cabo, um cavalo de batalha para, eu acho, uma candidatura a prefeito (do Cabo de Santo Agostinho)", alfinetou.
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Ao discursar, Aluísio Lessa também fez provocações. "Qual município hoje não está com inveja de Goiana? Essa é uma disputa boa. A Fiat é nossa, ninguém tasca", falou.
O prefeito fez questão de salientar a todo momento sua relação de "prestígio" e "amizade" com o governador Eduardo Campos (PSB). Lessa também fez a relação e ainda foi além. "É o governo Lula e Dilma, que é um só, o governo Eduardo e o governo Henrique Fenelon".
"Aqui é a cidade do futuro. É a cidade onde os mais jovens não vão sofrer os que os mais velhos sofreram", bradava o prefeito ao microfone. Lessa pintou a cidade como a que, nos próximos anos, será "a mais rica" do Estado. "Daqui a dois ou três anos esta cidade terá dobrado a população (que hoje é de 76 mil habitantes) e vai ser a mais rica de Pernambuco. Aqui em Goiana vai ser instalada a maior fábrica (da Fiat) do mundo".
Fenelon deu como a construção de um porto no município como certa.
Oficialmente, o projeto ainda está em fase de estudo de viabilidade financeira, assim como o do aeroporto.
Oficialmente, o projeto ainda está em fase de estudo de viabilidade financeira, assim como o do aeroporto.
O prefeito chamou a atenção para o prazo de décadas para que o Complexo Industrial e Portuário de Suape, no Litoral Sul, chegasse ao nível de desenvolvimento atual. Destacou que Goiana - que além da Fiat tem a Hemobrás e o polo farmacoquímico como certos - está recebendo todos os investimentos em sua gestão e desafiou a população a comparar a situação da cidade durante seus quatro anos e meio de governo (assumiu na metade da gestão anterior) com a deixada pelas administrações anteriores nos últimos 50 anos.
Ao citar reclamações da população em relação às condições da praça e da feira da cidade, Fenelon disse estar olhando para a frente, "cuidando do futuro de Goiana".
"Se a cidade vai crescer, temos que organizá-la. A cidade não vai se tornar uma favela. Vamos dar condições da cidade crescer projetada".
No final do discurso, procurou amenizar o tom político de sua fala. "Não quero falar de política agora". Mas continuou a prometer. "Defeito existe. Melhores condições, precisamos dar aos nossos funcionários. Mas vamos dar. Vamos fazer dessa cidade, a cidade do futuro", repetiu.
Em entrevista, Henrique Fenelon negou que esteja em pré-campanha. Mas voltou a dizer que quis "mostrar o que aconteceu na minha gestão e o que aconteceu em 50 anos".
Fonte: Blog de Jamildo
Fonte: Blog de Jamildo