13 maio 2011

Polo de Goiana abriga uma empresa só

Entre tantos projetos anunciados, apenas a Hemobrás está em obras

Por André Clemente

O anúncio do Polo Farmacoquímico há dois anos e meio tirou o sono do prefeito de Goiana, Henrique Fenelon. A cidade da Mata Norte receberia um empreendimento que atrairia grandes indústrias do setor. A inquietação, obviamente, estava relacionada diretamente ao fato de que o município estava carente de investimentos dos governos, passaria a recebê-los em grandes proporções. Goiana poderia não atender a várias questões, como infraestrutura, pessoal qualificado para atuar nos empreendimentos e rede habitacional para a demanda externa.

De lá para cá, e como o que serve para a população é o que visualmente transparece o desenvolvimento, o Polo Farmacoquímico, às margens da BR-101, ainda não possui características emblemáticas do que o projeto garante para o lugar. Na área de 345 hectares, localizada a aproximadamente cinco quilômetros ao norte da zona urbana do município, grandes empresas se instalarão. Já anunciadas: Novartis (vacinas), Riff (so­ros), Multilab (genéricos e similares), Vita Derm (cosméticos), AC Diagnóstico (kit de diagnósticos), Ion Química (insumos para a indústria farmacêutica), Agência Brasileira de Hemoderivados (Hemobrás) e Lafepe. Apenas essa última está em obras e, digamos, alegrando aos olhos do povo. Não é à toa que, quando questionada sobre a localização ou do que se trata o Polo Farmacoquímico, a resposta da população é outra pergunta: “a Hemobrás? É pra lá”. As restantes só estão no papel, mas garantem que estão no cronograma de implantação. Os investimentos das empresas, somados, passam do montante de R$ 1,5 bilhão.

Para tudo isso, é bom mesmo que o polo dê uma “atrasada”, já que a cidade ainda não está nem perto de estar pronta para atender a demanda de um projeto que promete promover a transformação socioeconômica da Zona da Mata Norte pernambucana. Segundo Fenelon, o ponta-pé inicial já foi dado. “Orgãos municipais já capacitaram pessoal local para atender demanda de obras, mas estamos fechando parcerias com o Instituto Tecnológico de Pernambuco (Itep) e o Senac para elevarmos o nível da qualificação e conquistarmos grandes cargos nos empreendimentos que estão por vir”, planeja o prefeito.

Além de capacitação, a cidade peca em habitação (as casas estão supervalorizadas e em baixa quantidade), rede hoteleira (não há), em empreendimentos do setor gastronômico, lazer, entre outros. Mas anúncios recentes demostram que a cidade acordou. “Quem tiver interesse em se instalar em Goiana para montar negócios, pode procurar a Prefeitura. Podemos ajustar impostos como ISS e ICMS para facilitar o processo”, garante o prefeito.

Fonte: Folha de Pernambuco, Edição de 09 de Maio de 2011
 
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